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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

RN troca experiências com Alagoas e Ceará sobre criação de reservas particulares na caatinga

As experiências de Alagoas e Ceará na criação de reservas particulares de patrimônio natural (RPPN) na caatinga foram destaque no seminário promovido pela UFRN, que começou ontem (30). O secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, apresentou a iniciativa do Governo do Estado para preservar as nascentes do Rio Potengi em Cerro-Corá.

“Pesquisamos e não encontramos quase nenhum trabalho para a nascente, somente para a foz. Várias ações aconteceram no passado, mas nada articulado em nível de governo. Agora montamos um grupo de trabalho envolvendo vários órgãos, fizemos um cronograma, estamos realizando seminários e isso vai culminar com a criação de um modelo de preservação para as nascentes em Cerro-Corá”, detalhou Mineiro.
O professor Afrânio Faria, vice-presidente do Biosfera Mata Atlântica, apresentou o sucesso da experiência com criação de reservas particulares em Alagoas. Um dos cases é o de uma família, proprietária de 54 hectares de terra, que ganha a vida recebendo turistas, oferecendo um day use e trilhas pelo lugar. “Eles cobram R$ 120 por pessoa para passar o dia no lugar, oferecem almoço e com isso tiram seu sustento”, conta. Em Alagoas, existe uma lei que obriga os cartórios do estado a não cobrarem taxas de registro de RPPN, modelo que deve ser adotado também no RN.


Morador de Santa Cruz, distante 100km de Natal, o vigilante sanitário Roberto Rosa defendeu uma maior rigidez do poder público na preservação de áreas com a nascente do Rio Potengi, mesmo que elas pertençam a particulares. “Se o rio é de todos, todos têm que cuidar. As visitas precisam ser racionadas para o local ser ainda mais valorizado. O poder público precisa ser mais firme nessa cobrança”, diz.
O coordenador da Associação Caatinga no Ceará, Daniel Fernandes, relatou as experiências do estado. Lá existem 37 RPPNs, que totalizam 16 mil hectares. A localizada em Crateús é considerada uma das áreas de maior preservação. “Essa reserva representa 20% da cidade de Fortaleza e possui 40 comunidades no entorno. Fazemos um trabalho intenso com os moradores, que vão desde de festivais gastronômicos com fogões sustentáveis até gestão participativa de resíduos sólidos e sistema de reuso de águas cinzas”, pontua.

O Seminário “Criação de Unidades de Conservação Particulares na Caatinga Potiguar” segue até hoje (31) na UFRN e reúne um time de especialistas, estudantes e professores para debater o assunto.

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