Aos sábados e domingos, das 8h ao meio dia, um grupo de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos se reúne na Praia de Ponta Negra, na capital do RN, para tomar banho de mar. O que para muitos é algo simples, para esse grupo liderado pela Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef-RN) é uma verdadeira conquista, já que a praia da zona sul de Natal é a única em todo o litoral potiguar que dispõe de acessibilidade.
Apesar da falta de atenção a esse público, o Rio Grande do Norte é um dos Estados da Federação que mais tem pessoas com deficiência, seja motora, auditiva, visual, mental ou intelectual. O total, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), é de 882.022 pessoas nessa condição em todo o Estado, o que representa 27,8% da população potiguar.
O programa da Sadef, chamado “Natal Praia Inclusiva”, completou dois anos no último sábado (18), dia marcado por várias atividades na praia de Ponta Negra. “Tem vários casos de pessoas com deficiência que nunca tomaram banho de mar e depois do nosso projeto quase todo final de semana [a pessoa] está lá”, disse o presidente da Sadef-RN, Tércio Tinoco, em entrevista ao Hora Extra da Notícia (91.9 FM) nesta segunda-feira (20).
Pelo projeto, o banhista com deficiência dispõe de cadeiras que flutuam no mar, além de caiaque e stand up paddle. Também são realizadas atividades esportivas como futebol e vôlei para deficientes.
Segundo Tércio Tinoco, a praia de Ponta Negra só está acessível hoje em dia por pressões feitas pelo programa “Natal Praia Inclusiva” durante um ano. Ainda assim, o resultado é pequeno, já que em toda a praia só há uma rampa de acessibilidade perto do morro do careca, onde é realizado o projeto. Os demais acessos são todos por meio de escadaria.
Embora não tenha apresentado os valores, Tércio Tinoco diz que não é caro tornar uma praia acessível: basta se construir uma ou mais rampas de acessibilidade feitas de acordo com as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A SADEF
A Sociedade Amigos do Deficiente Físico é uma associação sem fins lucrativos que realiza atividades como halterofilismo, atletismo, natação, futebol de amputado, badminton, ciclismo, tênis de mesa e tênis de quadra. Hoje já são 200 paratletas de alto rendimento associados à instituição, dos quais 35 estão entre os melhores do país em suas respectivas categorias.
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