Durante reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, Fórum de Governadores discutiu vacinas, medidas para conter disseminação do vírus e a pauta federativa
Um pacto nacional em defesa da vida, com medidas de restritivas mais duras, como preconizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) foi defendido pela governadora Fátima Bezerra, ao participar nesta terça-feira (02), de reunião virtual do Fórum de Governadores com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Como medidas para conter o avanço da doença, cuja disseminação está mais veloz, o Governo do Estado instituiu toque de recolher, das 22h às 5h, que está em vigor desde o dia 27, assim como suspendeu as aulas presenciais, proibiu a realização de eventos em espaços públicos e privados e limitou o horário de funcionamento de bares e restaurantes.
"Não temos o direito de iludir o povo brasileiro. Não basta só abrir leitos. É preciso adotar medidas sanitárias restritivas mais duras. Ou fazemos isso ou vamos ter de enfrentar um momento dos mais trágicos do País. É nesse contexto que lanço, endossando a Carta divulgada pelos secretários estaduais de saúde, a proposta de criação de um pacto nacional pela vida", propôs Fátima convocando o Congresso Nacional a participar da iniciativa. "O Congresso pode desempenhar um papel muito importante. Chamar o presidente da República, os demais poderes, a representação dos trabalhadores, dos setores produtivos para o pacto."
A governadora do RN explicou que a adoção de medidas mais restritivas de norte a sul do país, deve estar associada a um plano nacional de comunicação mais assertiva sobre a pandemia, conscientizando a população, falando para todas as regiões do Brasil.
Fátima também pediu agilidade na distribuição de vacinas, a inclusão de professores entre as prioridades mais urgentes do plano nacional de imunização, defendeu o auxílio emergencial, sem desvinculação de receitas da União, e um plano de recuperação da economia. "Se não partimos para o caminho do pacto nacional pela vida, vamos ter de chorar a morte de nossos entes queridos", defendeu.
Diante do agravamento da pandemia, os governadores conclamaram o Brasil a se unir para derrotar o novo coronavírus (Covid-19) e criticaram o "tom de provocação” assumido ultimamente pelo presidente Jair Bolsonaro.
O vice-governador Antenor Roberto, que esteve em Brasília, destacou a unidade política e a determinação dos governadores de lutar contra o novo coronavírus. "O importante, e que chamou atenção na reunião, é que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, assume a liderança nesse vácuo causado pela falta de uma coordenação nacional e fará a mediação entre os governadores, o poder executivo nacional, para que possamos aprovar as matérias que ora estão tramitando na Câmara, como o projeto de lei que vai destinar R$ 20 bilhões para compra de vacinas." A falta de coordenação nacional para liderar as ações de combate à Covid, no momento mais grave da pandemia, foi objeto de crítica dos governadores.
Na reunião também foi apresentada a chamada pauta federativa. "O governo, mediado pela Câmara dos Deputados, precisa conversar com os governadores sobre medidas de retomada da economia, além da questão do auxílio emergencial. São medidas concretas que o presidente da Câmara, juntamente com o do Senado, pode ajudar, dando as mãos aos governadores, para corrigir a falta de uma liderança nacional e continuar salvando vidas e a economia do Brasil”, pontuou Antenor.
A pauta federativa inclui, entre outras propostas, a liberação recursos federais para habilitação de leitos, acesso a novos financiamentos, pagamento de precatórios, que sufoca as finanças de Estados e Municípios.
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