Solucionar o mistério do voo 447 da Air France é uma corrida contra o tempo: as equipes de busca têm pouco mais de duas semanas para achar a caixa-preta. Depois disso, o aparelho deixa de enviar sinais, e encontrá-lo na imensidão do Oceano Atlântico fica praticamente impossível.
Em algum ponto bem no fundo do Oceano Atlântico, entre o Brasil e a África, um pequeno cilindro metálico, de dez centímetros de comprimento, emite um sinal. O cilindro é um minitransmissor, acoplado à caixa-preta do jato da Air France. A caixa guarda dados cruciais para explicar o acidente. Mas como ouvir esse som perdido no mar? Uma das maiores esperanças está em um navio rebocador, que ancorou esta semana em Natal, no Rio Grande do Norte.
"A missão começou a pedido do governo francês", explica o oficial de Operações (Embaixada dos EUA) tenente-coronel Lorenzo Harris.
A França alugou dois rebocadores holandeses. Os navios vão levar, até o local das buscas, equipamentos de escuta submarina emprestados pelos Estados Unidos. Na quinta-feira passada, o Fantástico teve acesso com exclusividade a um dos navios, o Expedition (Expedição, em português) e acompanhou a montagem da operação.
A peça, que parece um aeromodelo, é conectada a um cabo de seis quilômetros. "Nós vamos rebocar essa peça, para tentar captar o sinal na frequência de 37,5 quilohertz emitido pelo cilindro acoplado à caixa-preta", explica o diretor de Engenharia Oceânica (Marinha dos EUA) capitão Patrick Keenan.
Quatro embarcações participam da procura pela caixa-preta. Duas delas são os rebocadores com os equipamentos de escuta ultrassensíveis emprestados pelo governo americano. Mas rebocadores são lentos. Durante as buscas, navegam a cerca de 5 km/h. Por esse motivo, entra em cena o submarino nuclear francês Émeraude. Ele também tem microfones para captar o sinal da caixa-preta, só que não tão potentes. A vantagem é que o submarino pode vasculhar mais área em menos tempo, por ser mais ágil. Em dois dias, vai percorrer cerca de 1,3 mil quilômetros quadrados.
Mas o Émeraude não desce até o fundo do oceano. Encontrada a caixa-preta, a tarefa de trazê-la à superfície será do minissubmarino Nautile, o mesmo que localizou os destroços do Titanic, na década de 1980. Com braços mecânicos, o Nautile pode mergulhar a até seis mil metros de profundidade
Fonte: G1
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