As medidas foram anunciadas em alto e bom som pela Prefeitura. "Atenção, ficam suspensas todas as aglomerações de pessoas", dizia o carro de som. Até sexta-feira estão proibidos: cultos religiosos, missas e festas e outros eventos.
As aulas também foram suspensas por uma semana na cidade, que tem 11 mil moradores. Todo mundo com medo. "A preocupação é imensa". "A cidade está toda em alerta, toda fechada", afirmam os moradores. A Prefeitura baixou o decreto depois que surgiram dois casos suspeitos da nova gripe em Uraí. A Secretaria de Saúde até avisou que não há motivo para pânico, mas não conseguiu convencer os moradores, que correram para os postos médicos. "Estava gripada há duas semana", diz uma moradora. E como sempre acontece nesses casos, houve também uma correria às farmácias. Gente preocupada, em busca de prevenção. "Hoje vendi umas 400 máscaras", afirma a farmacêutica. O medo e a desinformação produziram cenas de exagero. Em uma financeira, assim que um cliente deixou o local, a funcionária pegou o álcool e saiu desinfetando tudo. "De repente tem alguma coisa. Então a gente prefere se cuidar", disse. Mas pânico é a última coisa que ajuda nessa hora, como diz o médico infectologista, Caio Rosenthal. "O mais importante é a gente atacar o pânico. Se as pessoas tiverem as informações corretas, com certeza não vai haver necessidade desse tipo de comportamento ou de não sair de casa, ou de fechar a igreja, o cinema, não ir ao teatro, quer dizer isso aí é um pouco de histeria". Ele também lembra que a correria aos hospitais sem necessidade só aumenta as chances de contágio. "Isso que a gente tem que evitar, porque senão o sistema de saúde não vai dar conta e pode acontecer até acidentes graves. Uma pessoa que realmente necessite do atendimento médico, ela pode ficar sem esse atendimento em função de uma quantidade desmedida de pessoas que vão porque apenas estão tossindo, ou apenas espirrando", afirma o infectologista.
Fonte: Jornal da Globo
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