Durante as festividades juninas todos os anos era tradicional os cavaleiros, vaqueiros, peões e amantes participarem dessa corrida; a corrida de argolinha consiste em acertar com uma lança ou bastão na mão, uma pequena argola “na maioria das vezes enfeitada para melhor visão”, dependurada por um barbante, e que o cavaleiro montado em seu cavalo corre em disparada com máxima velocidade ao lado dos concorrentes mostrando sua pontaria. Levando até aos jurados a argola na lança para validar seu ponto.
Como parte da programação do Arraiá do Padre Cortez, a Associação de Moradores através do seu Presidente Nenilvan Rodrigues Bezerra em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo, com apoio da Prefeitura Municipal de Acari, realizarão movimentada programação neste final de semana, abrindo os festejos no bairro Padre Cortez. No sábado, o público prestigiará a Corrida de Argolinha.
Em Acari, já aconteceu ano passado a disputada Corrida de Argolinha na Pega do Boi no Mato, especificadamente na Fazenda Pitombeira. Esse ano a iniciativa de Sérgio Enilton, Nenilvan Rodrigues e Geraldinho de Neco é manter o resgate da tradição em nosso Município. A comissão organizadora vem tentando resgatar esse esporte tão esquecido ao longo dos anos que faz parte da Cultura do homem nordestino. A corrida será disputada pelos acarienses e aberta para os carnaubenses.
Segundo Sérgio Enilton tudo isso acontece, quando pessoas que valorizam a verdadeira cultura nordestina, vêem a realidade de nosso potencial turístico, resgatando uma tradição do folclore brasileiro. Estamos fazendo um pouco do que podemos fazer pela nossa cultura, nosso incentivo cultural parte do princípio de que estamos fazendo nossa história acontecer, tornando o evento um atrativo a mais em nossa cidade.
Quanto ao significado da prática em corrida de argolinha tem sua origem nos antigos torneios medievais, quando os cavaleiros demonstravam suas habilidades no manejo da lança , montados em seus corcéis. Consiste em um arco, ou poste todo enfeitado de faixas coloridas, do qual pende amarrada por um barbante uma pequena argola, do tamanho de um anel, que deve ser retirada com a ponta da lança pelo cavaleiro em disparada. No Seridó, os currais e pátios de apartação serviam de espaço para realização das corridas de argolinhas, bem como nas comunidades rurais e fazendas do século XIX. Com significado maior as cores azul e encarnado simbolizam cada grupo na disputa pelo título de vencedor.
Segundo Cascudo, que dedica à corrida de argolinha um dos verbetes do seu insubstituível Dicionário do Folclore Brasileiro, o divertimento aparece no Brasil inteiro desde o século XVI, em pontos variados do seu território, mantendo praticamente as mesmas características, sendo uma “sobrevivência” das justas travadas na Idade Média.
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