O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está há mais de três horas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a primeira sessão de quimioterapia. No sábado (29), ele soube que está com câncer na laringe, com um tumor de agressividade média.
O ex-presidente Lula saiu de casa, em São Bernardo do Campo, às 8h39 da manhã. Enfrentou uma manhã de segunda feira chuvosa, com muito trânsito e quase uma hora e meia depois, às 9h57 da manhã chegou ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O Instituto Lula divulgou em sua página na internet fotos do ex-presidente feitas nesta manhã.
O tratamento começou às 10h30 da manhã. Os médicos instalaram do lado direito do peito de Lula um cateter, chamado de Portocath. É um caninho de 10 centímetros de comprimento que é ligado diretamente na veia subclávia e entra na corrente sanguínea. Como o tratamento vai ser intensivo, Lula vai para casa com uma bolsa de infusão, presa na cintura, que vai continuar injetando o quimioterápico por cinco dias.
O cardiologista Roberto Kalil Filho, médico particular do ex-presidente há mais de 20 anos, é quem está coordenando a equipe médica. Em uma entrevista exclusiva, ele falou sobre o câncer: “Não dá para dizer que foi bem no início nem que foi muito avançado. É um tumor que, como disse, localizado e que os oncologistas acham que a reposta à quimioterapia vai ser muito boa. Do ponto de vista clínico, ele está extremamente estável e saudável. Pontualmente foi descoberto um tumor de laringe e vai ser submetido a um tratamento mais agressivo com quimioterapia".
Lula vai receber um coquetel com três medicamentos: taxotere, cisplatina, fluorouracila. A ação da quimioterapia é semelhante no tratamento de qualquer tipo de câncer. O medicamento age para tentar interromper a multiplicação desordenada das células. Um tumor se forma quando por algum motivo, um grupo de células, começa a se dividir de forma acelerada.
O problema é que esse tratamento não é seletivo, ele não atua só sobre as células doentes, ataca também as células sadias. As que sofrem mais com a ação da quimioterapia são as que se renovam mais rapidamente, como as responsáveis pelo crescimento de pelos e cabelos, pela renovação da pele e do sistema de defesa do organismo. Por isso, durante esse tipo de tratamento, o cabelo caí, a pele descama e o sistema imunológico é afetado.
Os médicos afirmaram que o câncer de Lula é de um tipo que costuma reagir bem à quimioterapia e explicaram porque descartaram a cirurgia. "Nós não fazemos cirurgia nesse caso porque o tumor chega em cima, muito próximo e nós não teríamos margem de segurança. Parte das cordas vocais teria que ser removida como margem de segurança. Isso, sim, causaria sequelas. A cirurgia seria pior sob o ponto de vista funcional do paciente", explica o cirurgião Luiz Paulo Kowalski.
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