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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Filha de búlgaro, Dilma deve incluir país do Leste europeu na agenda externa brasileira

Agência Brasil

Brasília – Filha de pai búlgaro e mãe brasileira, a presidenta eleita Dilma Rousseff sinaliza que o país de suas origens fará parte da política externa nacional na sua gestão. Um dos primeiros chefes de governo com que Dilma se reunirá é o primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Medtodiev Borisov. A futura presidenta e o primeiro-ministro terão amanhã (30), às 17h, um encontro privado no Itamaraty, em Brasília.

Sem vínculos diretos, nem intensas relações políticas e econômicas com o país, nos últimos dois anos, a Bulgária passou a se considerar nação irmã do Brasil. A presidenta eleita se tornou uma espécie de elo por causa do pai búlgaro, Petar Rusev (que virou Rousseff no Brasil). Para os búlgaros, basta isso para ela ser também considerada búlgara.

Durante a campanha eleitoral, pelo menos uma vez por semana um veículo da imprensa da Bulgária publicava algo sobre Dilma. A presidenta eleita não fala búlgaro e sabe poucas palavras no idioma. O pai dela deixou a pequena cidade de Gabrobo, no interior da Bulgária, rumo à França e de lá veio para o Brasil. Pater Rusev nunca mais voltou ao país de origem.

Da família Rousseff na Bulgária, há integrantes ocupando cargos de destaque na vida política e cultural do país. A porta-voz da Comissão Eleitoral da Bulgária, Ralitsa Negetsoeva, é prima em segundo grau de Dilma. Rayna Negentsoeva, uma das escritoras de histórias infantis mais respeitadas do país, é tia de Dilma. Um dos primos, Petar Kornazhev, foi deputado federal pelo Partido Social Democrata.

Localizada entre a Turquia e a Romênia, a Bulgária tenta se recuperar do fim da parceria com a extinta União Soviética e adaptar-se às regras impostas pela União Europeia. Com pouco mais de 7,9 milhões de habitantes, o país busca meios de resolver a questão das altas taxas de desemprego e melhorar o padrão de vida da população. Os esforços incluem ainda reformas estruturais e estímulo às privatizações.

Durante 54 anos, a Bulgária viveu sob o regime comunista. Em meio à adaptação ao capitalismo e alvo dos efeitos da crise financeira internacional de 1996, o país enfrentou dificuldades na área econômica que causaram demissões e perdas no campo e na indústria.

Atualmente, a Bulgária tem um governo formado por um presidente de esquerda e um primeiro-ministro de centro-direita. A economia é baseada na extração de minérios, como carvão, cobre e zinco, e na agricultura, com a produção de cereais e tabaco. O principal desafio do governo é retomar o desenvolvimento industrial do país.

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