O programa habitacional Minha casa, Minha Vida ajudou a Caixa Econômica Federal a bater recordes no volume de financiamentos habitacionais concedidos no Rio Grande do Norte este ano e a superar a marca de R$ 1,3 bilhão em aplicações no mercado imobiliário do estado no período, uma cifra 156,41% maior que a registrada em 2009. Cerca de R$ 846 milhões, ou 65,07% desse total, se referem a contratos fechados dentro do programa, de acordo com balanço divulgado pelo banco. “Este foi o melhor ano dos últimos tempos para o setor. O mercado está superaquecido e os financiamentos refletem isso”, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado, Sílvio Bezerra. “Juros baixos e prazos longos de pagamento estão impulsionando essa evolução”, frisa.
Apesar do ambiente favorável à compra da casa própria, construir os imóveis, sobretudo na capital, continua sendo uma missão difícil para as construtoras. O problema é que os terrenos são considerados caros, o que deixa a margem apertada e tem inviabilizado projetos não só na faixa de zero a três salários mínimos, mas também para famílias com faixa salarial mais alta. “Hoje o máximo que a Caixa financia dentro do programa em Natal é R$ 130 mil. O preço, que já era apertado, está defasado há pelo menos dois anos. Se já era difícil comprar áreas, passado todo esse tempo sem reajuste, está mais difícil ainda”, observa Sílvio Bezerra. Rumores de que a presidente eleita Dilma Rousseff anunciará uma possível atualização nos preços quando assumir vêm sendo encarados com expectativa pelo setor.
No Rio Grande do Norte, a pretensão das construtoras é que os valores sejam levados ao mesmo patamar dos que vigoram em capitais como Fortaleza (CE) e Recife (PE), atualmente cerca de 10% acima dos que vêm sendo praticados na capital potiguar. “Se não houver uma mudança nos valores dificilmente os projetos do Minha Casa se viabilizarão em Natal”, estima o presidente do Sinduscon.
Números
O Minha Casa, Minha Vida prevê a construção de 19.224 unidades habitacionais no Rio Grande do Norte, entre casas e apartamentos. Desse total, cerca de 40% devem ser destinadas a famílias com renda de zero a três salários mínimos, 40% à faixa com renda de três a seis salários e 20% à parcela que ganha de seis a 10 salários mínimos, de acordo com informações divulgadas pela Caixa Econômica Federal.
A superintendência estadual do banco foi procurada para comentar os números, mas informou, por meio do departamento de comunicação, que apenas o governo federal falará sobre o programa até o dia 29 deste mês. Em balanço enviado à TRIBUNA DO NORTE, a instituição deixa claro, no entanto, que os números do programa foram fundamentais para o avanço do crédito.
Considerando todas as modalidades de financiamentos habitacionais, a Caixa ultrapassou a marca de 21 mil unidades financiadas, no valor total de R$ 1,3 bilhão. Só no Minha Casa, Minha Vida, foram contratadas ao todo 16.100 unidades, um volume que representou R$ 846 milhões em financiamentos. “O resultado em 2010 é a comemorar e representa 7 vezes o número realizado no período de 2005 a 2008”, informou o banco em nota, atribuindo o desempenho ao Minha Casa, Minha Vida e também a fatores como simplificação de rotinas, acesso ao crédito e subsídio do governo.
Para 2011, as perspectivas seriam positivas em razão “do elevado número de projetos em andamento no banco, das empresas terem se adequado ás exigências do mercado financeiro e a prorrogação de incentivos como a isenção do IPI sobre insumos.
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