O turismo no Rio Grande do Norte nunca enfrentou e venceu tantos obstáculos quanto nos últimos anos. A crise econômica nacional derrubou estatísticas do turismo Brasil afora. A crise no setor da segurança pública e matérias sobre o assunto, veiculadas em canais abertos de TV, prejudicaram a imagem do estado potiguar, sobretudo no início do ano. E o fechamento da pista no Aeroporto de Natal por um mês cortou em dois terços o número de turismo por dois meses em 2017. Ainda assim, os números apresentam crescimento continuado no turismo internacional e o primeiro semestre de 2018 mantém os índices positivos vistos nos últimos anos.
Dados oficiais do Sistema de Tráfego Internacional da Superintendência da Polícia Federal no RN atestam crescimento de 14,33% entre janeiro e junho de 2018 com relação ao mesmo período de 2017, sendo 14.837 turistas estrangeiros contra 12.977 no ano passado. Esses 1.860 turistas a mais no período representam uma injeção de pouco mais de R$ 4,5 milhões a mais na economia potiguar. O número também é maior que os 14.086 de 2016, com crescimento aproximado de 5,5%. Os argentinos permanecem preponderantes, seguido dos portugueses e italianos. O maior aumento percentual foi de visitantes do Reino Unido (45%) e da Noruega (52,5%).
Outro dado oficial, fornecido pelo Consórcio Inframérica, administradora do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, aponta crescimento de 9% no fluxo de passageiros internacionais. Foram 48.649 passageiros, entre janeiro e junho de 2018 contra 44.189 do mesmo período do ano passado. “São números expressivos, sobretudo se considerarmos os obstáculos enfrentados. Vale ressaltar que esses números, com certeza, são ainda maiores porque não computam quem imigra ao Rio Grande do Norte vindo de destinos como Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile a partir de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, principalmente”, frisa o hoje empresário e secretário estadual de Turismo nos três primeiros anos da atual gestão, Ruy Gaspar.
2017 x 2016
Os sete primeiros meses de 2017 também foram de crescimento, se comparados ao mesmo período de 2016 no tocante ao fluxo geral do turismo, nacional e internacional. O saldo positivo foi de 8,4% ou 112.937 mil turistas a mais do que os primeiros sete meses de 2016, ainda segundo dados da Inframérica. Se contabilizar ainda o mês de agosto, o índice sobe para 10%. No mês seguinte houve a interdição da pista do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante pelo período de um mês, com estimativa de outro mês para readaptação da malha aérea. Ainda assim, aponta a Inframérica, ao fim do ano o crescimento no turismo potiguar foi de 6,5% se comparado os anos de 2017 e 2016.
Outro dado oficial, o Anuário Estatístico de Turismo 2018, com ano base 2017, também aponta crescimento de aproximadamente 3% do turismo potiguar até agosto de 2017, antes da interdição. Os números são equilibrados no comparativo desses dez primeiros meses do ano, entre 2017 e 2016. Mas, com a pista interditada, o número de 1.577 turistas em setembro de 2016 cai drasticamente para 685 em setembro de 2017. No mês seguinte, 2.578 em outubro de 2016 contra apenas 830 em outubro de 2017. Já em novembro, com a pista liberada e os voos adaptados, volta o equilíbrio com 3.540 em 2016 e 3.521 em 2017.
“Todos esses números oficiais atestam a eficiência e a aposta do Governo ao longo desses anos no setor turístico, mas que, em algum momento esbarrou em fatores externos e prejudicaram alguns índices, mas não o trabalho de divulgação e promoção consistente que trouxe o Rio Grande do Norte de volta à vitrine nacional e internacional. Afirmo com convicção que nunca, ou pelo menos nos últimos 15 anos, nosso Estado foi tão divulgado em sua história, com participação em feiras e eventos e também com realização de famtrips, presstrips, eventos culturais e campanhas promocionais em mídias especializadas e junto a companhias aéreas”, concluiu Ruy Gaspar.
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