A rotina de Ana Paula Santos (16) na escola mudou desde o ano passado. Aluna do 2o ano do Ensino Médio na Escola Estadual José Gonçalves, em Acari, ela começou a se perceber mais interessada, passando mais tempo na escola e buscando aprender mais também quando chegava em casa. Descobriu ainda uma paixão: os curta-metragens. Foi graças ao Projeto de Inovação Pedagógica (PIP) do Governo do Estado e Secretaria de Educação implantado na escola, que Ana Paula e outros colegas descobriram formas inovadoras de aprendizado e melhoraram seus rendimentos.
“Hoje posso dizer que me interesso mais por aprender. Além do mais ganhei muitos amigos”, emenda. O curta “Mãos que sustentam o tempo”, que conta a história de artesãs de Acari, foi produzido pelos alunos após receberem recursos do PIP e em breve será lançado em toda a cidade. Depois de receberem oficinas de áudio e vídeo, os estudantes partiram pra produção própria, em parceria com a RPTV. A escola de 503 alunos recebeu R$ 36 mil do Governo do Estado para o PIP. Os recursos são do acordo de empréstimo com o Banco Mundial.
Túlio Menezes (16) foi outro que mudou sua postura na escola depois do Projeto. Com o investimento, a escola montou uma estação de rádio e hoje ele é o radialista oficial da instituição. Entre todas as tecnologias experimentadas pela escola, como a produção de curtas, lousa interativa e uso de tablets, o que ele mais gostou foi o bom e velho rádio. “É muito bom estar em contato com a tecnologia dentro da escola, porque fora dela todo mundo usa”, conta Túlio.
Focado no aprendizado digital e mídias, o projeto trouxe à escola uma sala interativa, onde os alunos contam com uma lousa digital e 30 tablets para aulas mais dinâmicas, uma rádio escolar e equipamentos de som e imagem para a gravação de curtas-metragens. Os primeiros resultados do investimento de R$ 36 mil do PIP já começaram a aparecer: a escola subiu 0,5 pontos no Ideb em 2017 e ultrapassou a média potiguar no exame realizado em nível estadual, garantindo o índice até 2021. A evasão escolar também caiu e hoje figura em menos de 1%.
“Trazer a tecnologia para a sala de aula é estar em consonância com o momento atual, no qual todo mundo tem acesso ao universo digital. É uma forma interessante de prender atenção do aluno e incrementar o aprendizado", destacou o secretário da Sethas e coordenador do projeto Governo Cidadão, Vagner Araújo.
A professora de biologia, Iane Valeska, conta que o aprendizado dos alunos na disciplina mudou muito depois da lousa interativa. Em uma das aulas, a professora apresentou toda a estrutura de uma célula em 3D, na qual os estudantes puderam tocar na tela e interagir com cada parte do corpo celular. “Todos ficaram maravilhados com as possibilidades da lousa e se mostraram muito mais interessados no assunto. O aprender fazendo é bem mais interessante”, relatou.
O RN tem hoje 397 PIPs, que beneficiam 176 mil alunos em toda a rede e somam investimentos de quase R$ 13 milhões.
Fotos: João Vital
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