Pages

sábado, 22 de janeiro de 2011

Centrais endurecem discurso e cobram atenção de governo Dilma

Até mesmo a CUT, tradicional aliada do PT, adota tom crítico em relação à nova administração

Menos de um mês após a posse da presidenta Dilma Rousseff, as centrais sindicais começam a cobrar a fatura pelo apoio dado à candidatura da petista ao Palácio do Planalto. Aliadas durante o governo Lula, as lideranças dos sindicatos já ameaçam retaliar o fato de não terem participado de nenhuma reunião com a presidenta desde a eleição, em novembro.

Rivais no movimento, Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT) uniram os discursos nos últimos dias, num tom de saudosismo em relação ao governo Lula: afirmam que, desde o início da gestão Dilma, ficaram alijadas das principais discussões promovidas pela equipe da petista, entre as quais a definição no novo salário mínimo (as centrais pedem que o valor seja de R$ 580). Cobram também que o governo faça a correção da tabela do Imposto de Renda em 6,46% – algo que, até agora, não foi colocado em discussão.

Foto: AE Insatisfeitos com falta de diálogo com governo, sindicalistas vão às ruas protestar por aumento do salário mínimo

Quem assumiu a linha de frente das críticas ao novo governo foi o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). A aliados, ele tem se queixado por ter elevado o tom das críticas ao presidenciável José Serra (PSDB) durante a campanha e diz que, agora, não recebe nem “obrigado” da presidenta. Manifestações em 20 Estados foram realizadas pelo País no último dia 18. Uma ação civil pública foi protocolada na Justiça Federal para obrigar o governo a reajustar a tabela do IR. Também na última semana, Paulinho assinou nota dizendo “estranhar a posição da presidenta Dilma Rousseff, que até agora não nos chamou para negociar”.

“A intransigência do governo só prejudica o relacionamento entre os representantes dos empregados e a presidenta, o que não ocorreu com o então presidente Lula que, mesmo antes da sua posse, em duas ocasiões convocou as centrais para buscar o entendimento”, escreveu Paulinho, que promete “intensificar o processo de pressão”.

Na mesma semana, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar para 11,25% a taxa básica de juros, Paulinho emitiu nota dizendo ser “incrível” que “tecnocratas do governo” queiram “implantar a agenda econômica que foi derrotada nas últimas eleições por privilegiar o capital especulativo”.

fonte:ig

Nenhum comentário:

Postar um comentário