Quando o magistrado chegou de surpresa na delegacia, havia um menor e um traficante sendo autuados por vender drogas e serra aos presos.
Não é só em Mossoró que o sistema prisional está um caos. O mesmo acontece nas delegacias de Pau dos Ferros, Assu, Macau, Angicos e também em Caicó. Sexta-feira o juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça, fez uma visita a delegacia da cidade e saiu de lá estarrecido. Apesar de reconhecer a precariedade, descartou a possibilidade de interdição.
Disse que vai comunicar o descaso ao Ministério da Justiça, ao Conselho Nacional de Justiça, Ministério Público Estadual, ao Governo do Estado, aos direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, entre outras. Na opinião do juiz, o quadro é de abandono, descaso das instituições de governo para com o sistema prisional e a policia judiciária.
Conforme informações colhidas pelo radialista Sidney Silva, o juiz Luiz Cândido esteve na delegacia de Caicó na manhã de sexta-feira, dia 8 de abril, e, por coincidência, o magistrado acompanhou o flagrante lavrado contra o suspeito de tráfico Marcos Maciel Silva Santos, o ‘Ciel’, e um menor jogando pedras de crack e serras dentro das celas.
Na ótica do juiz é estarrecedor o cenário da delegacia de Caicó, que não dispõe de segurança alguma para os policiais e tampouco para os presos. “Eu tinha conhecimento da fragilidade do prédio da delegacia, mas não sabia que era tanto assim”, afirma o juiz Luiz Cândido.
O magistrado acrescentou mais: “Eu fico imaginando a situação dos policias que são pais de família, e que saem de casa podendo não voltar. Se houver um resgate aqui. Se um grupo vier resgatar algum preso aqui, eles resgatam, e matam os policiais”.
“Nós vamos oficiar as autoridades, Governo do Estado, Tribunal de Justiça, inclusive o Ministério da Justiça em Brasília, para que nós possamos dar a Caicó, o valor que merece”, disse, e continuou: “Eu me sinto triste quando vejo uma cidade tão importante como Caicó, com uma estrutura tão deficitária, tão atrasada. Os policiais não têm condições dignas de trabalho, é degradante”, finaliza o juiz Luiz Cândido.
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