Analistas da política são unânimes quando a definem como a “arte de conviver com os contrários”. Em Extremoz a máxima foi completamente esquecida no início da noite desta terça-feira, 07, quando o candidato a prefeito da cidade, Enilton Trindade (PR), juntamente com vários correligionários adentrou na Drogaria São Lázaro em busca do voto do proprietário do estabelecimento comercial de Heronides Andrade, popularmente conhecido na cidade como “Eron”.
O farmacêutico, que na manhã desta quarta-feira, 08, disse que iria registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia, sentiu-se agredido pelo candidato. “Eu estava trabalhando e nem vi quando ele chegou com os seus seguidores, que entraram intempestivamente na minha drogaria. Depois, um dos seus assessores, por nome de Erivan, veio me pedir para apertar a mão do ex-prefeito, que em minha opinião estava invadindo o meu estabelecimento. Prontamente, por conhecer bem os oito anos de seu desgoverno enquanto ele foi prefeito, disse ao seu assessor que não queria conversar com ele e tampouco apertar a sua mão”, relatou Eron.
Mesmo assim, segundo o relato do comerciante, o candidato entrou no local de trabalho do comerciante, que atendia vários clientes. “Agressivamente ele foi invadindo o meu local de trabalho querendo conversa e eu novamente disse que não queria conversa com ele. Daí em diante, de forma agressiva ele me acusou de estar espalhando pela cidade que ele me devia dinheiro e eu novamente disse que não queria conversar com ele”, continuou Eron, informando que o ex-prefeito, juntamente com uma candidata a vereadora por nome Gorete, passaram a lhe destratar. “Ele e Gorete me chamaram de vagabundo na frente da minha esposa e filho, enquanto o assessor Erivan insistia em querer pagar a conta do candidato. Novamente disse que não queria conversa com eles. Foi então que Trindade disse que iria me processar por calúnia e difamação”, contou o comerciante.
Nervosismo
“Ora, se ele quisesse realmente pagar sua conta teria vindo sozinho e sem agressividade, relatando uma conversa inexistente e dizendo que iria me processar. Antes de chegar à minha drogaria ele já havia amargado o fato de não ter sido recebido como queria em outros estabelecimentos comerciais da mesma calçada e já chegou consternado, nervoso. Eu não quero conversa com ele porque conheci bem a sua forma de governar a cidade. Aliás, muita gente e o próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE) sabe disso”, resumiu o Heronides Andrade.
Fotos de Heronides Andrade feitas pelo fotógrafo Canindé Santos
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