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domingo, 4 de maio de 2014

'Foi alvejado porque reagiu', diz Polícia Civil sobre jovem baleado em Natal

henrique22A Polícia Civil do Rio Grande do Norte emitiu nota na manhã deste domingo (4) sobre o caso do jovem Henrique Maurício de Souza, de 20 anos, que foi baleado durante uma operação policial na manhã de sábado (3), em Natal. No documento, a polícia reafirma que o rapaz "foi alvejado porque reagiu" e diz que "o uso da arma de fogo foi proporcional e escalonado, dentro dos ditames legais". Henrique levou seis tiros na porta de casa. De acordo com a família, os tiros atingiram o pé, a mão, a barriga, o tórax e o pescoço do rapaz. A família nega que o jovem tenha reagido.

O fato aconteceu na madrugada de sábado (3) quando a polícia cumpria mandado de prisão no bairro Potengi, zona Norte da capital potiguar. A polícia negou que houve erro no endereço para cumprimento da determinação judicial. "A propriedade constante no endereço do mandado era rodeada por vegetação alta, possuía duas casas (...) a distância entre elas era de poucos metros sem qualquer separação por muros ou cercas. A ordem judicial continha expressa autorização para que se efetuasse busca e apreensão de armas, munições e outros objetos de origem ilícita na forma da lei, em todos os cômodos e prédios existentes na área de propriedade, portanto a casa onde residia o Henrique Maurício de Souza era também objeto de busca e apreensão", diz a nota.

No documento, a polícia reafirma que houve reação por parte de Henrique. De acordo com a nota, quando foi anunciada a presença dos policiais, Henrique saiu da residência "em disparada, com as mãos empunhadas simulando uma arma, em direção a um dos policiais que faziam o cerco". Os disparos, segundo o documento, foram efetuados após a polícia pedir que o jovem parasse e ele ter continuado em direção aos agentes.

A nota ainda ressalta que a própria Polícia Civil prestou socorro ao jovem e o transportou até o hospital Santa Catarina.

Família nega reação
De acordo com a família de Henrique, o rapaz se levantou após ouvir o cachorro da casa latir insistentemente por volta das 4h. Ao abrir a porta para verificar se havia algo errado, segundo os familiares, ele foi alvejado seis vezes. Os tiros atingiram o pé, a mão, a barriga, o tórax e o pescoço do rapaz, de acordo com a familia. "Eles reviraram a casa em busca de armas, drogas, não sei, e quando não encontraram nada perceberam que ele é um menino de bem. Só aí resolveram socorrer o Henrique. Ele estava sangrando, agonizando lá fora. Ele não reagiu a nada. Não tem como meu filho ter reagido, ele estava só de cueca", disse Veridiano Pontes, pai do rapaz.

Segundo ele, no momento da abordagem, estavam na casa a esposa de Henrique, três irmãs dele de 8, 13 e 16 anos, a mãe e o padrasto do jovem. "Meu filho é um menino trabalhador, estudioso, nunca teve envolvimento com nada de errado. Eu eduquei ele para ser um homem de bem. Na minha família ninguém nunca nem pegou em uma arma e aí acontece uma tragédia dessas", disse o pai. Henrique Maurício trabalha na cantina do Colégio Nossa Senhora das Neves, no Alecrim.

Dona de salão de beleza, Poliana de Lima levou tiro de raspão no pescoço (Foto: Poliana de Lima/Arquivo Pessoal)Dona de salão de beleza, Poliana de Lima levou tiro de raspão no pescoço
(Foto: Poliana de Lima/Arquivo Pessoal)

Segundo caso em quatro dias
Este é o segundo caso em que a Polícia Civil é apontada como responsável por tiros que atingiram pessoas inocentes na capital potiguar. No último dia 29, a empresária Poliana de Lima, de 24 anos, foi alvo de um disparo de arma de fogo quando levava a filha de 1 anos e 6 meses para tomar vacina no Conjunto Cidade Satélite, zona Sul de Natal. Segundo ela, o tiro partiu de um carro de polícia que perseguia suspeitos de um assalto. O tiro atingiu o queixo da jovem que precisou levar 21 pontos.

A Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública está investigando o caso. “Foram dois policiais que participaram dessa desastrosa operação. O delegado titular da unidade me informou que foi uma arma disparada, infelizmente, por um policial civil”, disse Matias Laurentino, titular da Diretoria de Polícia de Natal e Grande Natal.

Fonte:G1 RN

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