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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Neste sábado (30), será assinado o convênio do Edital de Leite e Derivados em Currais Novos

O queijo artesanal do RN é referência no Nordeste e em todo país. Mas, nem todas as queijeiras do Estado estão de acordo com a legislação sanitária vigente, o que gera uma insegurança em relação a comercialização dessas iguarias, bem como os riscos relacionados a higiene destes alimentos.

Por isso, o Edital de Leite e Derivados foi lançado pelo Governo do RN, numa inciativa da Secretaria de Agricultura e do Governo Cidadão – com recursos do Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial – visando adequá-las, tirando essas queijeiras da informalidade.

Ação que faz parte do Projeto de Fortalecimento da Pecuária Leiteira no RN e que teve um investimento de aproximadamente R$ 10 milhões (via Governo Cidadão), em produção de feno, ampliação da área de produção de Palma Forrageira, incentivo a conservação de forragem, melhoria da qualidade do leite, melhoramento genético do rebanho bovino e caprino leiteiro. Iniciativas que refletem substancialmente na produção das queijeiras.

Neste sábado (30), será assinado o convênio para que sejam disponibilizados os recursos na ordem de R$ 23 milhões para beneficiar organizações produtivas, na Câmara Municipal de Currais Novos.

Especificamente para o Território do Seridó, com a assinatura do convênio, o edital fará a estruturação das agroindústrias (queijeiras), de propriedade de agricultores familiares ligados a uma cooperativa da agricultura familiar, com vistas à regularização junto aos órgãos de inspeção sanitária, obtendo o selo de inspeção sanitária, junto ao Serviço de Inspeção Municipal, ao Instituto de Defesa e Inspeção Sanitária - IDIARN ou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, através da adequação da estrutura física do empreendimento, aquisição de máquinas e equipamentos, logística de transporte, comercialização e capacitação.

Serão atendidas oito organizações entre fábricas de laticínios e queijeiras, pertencentes a organizações da agricultura familiar que impactará num total 380 agricultores familiares e suas famílias, bem como os produtores de leite de leite no entorno de cada uma das unidades.

No Seridó serão atendidas duas cooperativas num total de 39 (trinta e nove) queijeiras na região, com grande impacto na produção desta região.

Ainda serão investidos em subprojetos dos quatro territórios: Açu-Mossoró, Agreste Litoral Sul, Sertão Central Litoral Norte e Sertão do Apodi.

LEI DO QUEIJO POTIGUAR

A lei Nivardo Mello - Lei do Queijos e Manteigas Artesanais no Rio Grande do Norte - pioneira no Brasil no que concerne a regulamentação, foi sancionada pelo governador Robinson Faria em agosto de 2017, para contemplar mais de 300 queijeiras do estado - que produzem o queijo de forma artesanal, e vão poder comercializar o produto dentro das normas vigentes – impulsionando o trabalho dos pequenos produtores e consequentemente a economia como um todo.

De acordo com esta lei, é reconhecido por queijo artesanal, aquele produzido com leite cru, coalho e sal marinho, respeitados os métodos tradicionais, culturais e regionais. Já a manteiga da terra ou de garrafa, é reconhecida aquela produzida com nata e sal.

O projeto de autoria do deputado estadual Hermano Morais (PMDB) foi aprovado por unanimidade, sem vetos.

RECONHECIMENTO

Essa legislação é reconhecida pela Rede Internacional Slow Food, uma organização global de base, fundada em 1989 com o objetivo de impedir o desaparecimento das tradições e das culturas alimentares locais, contrastar o ritmo frenético de vida e a diminuição do interesse das pessoas por sua comida e a origem da mesma, e divulgar como as nossas escolhas alimentares podem afetar o resto do mundo.

A Slow Food legislação reconhece a lei potiguar como incentivadora a outros estados a produzirem leis específicas de acordo com suas realidades.

PRODUÇÃO SERIDÓ

Para se ter uma ideia, de acordo a Agência de Desenvolvimento do Seridó (Adese), a região produz mensalmente 74 mil quilos de queijos de coalho, 236 mil quilos de queijo de manteiga, 506 quilos de ricota e 22 mil litros de manteiga de garrafa, empregando 1.056 pessoas.

Estima-se que há mais de 350 queijarias artesanais potiguares, sendo que 311 estão nos 28 municípios do Seridó, sertão do Rio Grande do Norte.

Essas unidades de beneficiamento de queijo, principalmente as queijeiras se encontram na informalidade

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