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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Semarh elabora diagnóstico e planeja recuperar nascentes do rio Apodi Mossoró

Nascente em Cel JPA Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), através da sua Coordenadoria de Meio Ambiente e Saneamento (Comeas), produziu um diagnóstico preliminar sobre as nascentes do Rio Apodi-Mossoró.

Para isso, foi realizado um trabalho de campo, identificando os principais problemas, cadastrando proprietários rurais e conversando com os gestores de municípios onde existem nascentes perenes, entre eles, Coronel Joao Pessoa, Dr. Severiano, Martins, Portalegre, Luís Gomes, Tenente Ananias e São Miguel.

O Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Mairton França, explica que esse monitoramento foi uma das primeiras ações executadas no âmbito do “Plantadores de Água”, projeto que a Semarh está desenvolvendo para auxiliar no processo de recuperação ambiental das nascentes dos rios potiguares, bem como conscientizar a população do entorno acerca dos cuidados e os usos devidos das áreas que circundam o local de preservação.

“Identificamos 59  nascentes perenes e percebemos que a maioria delas se encontra com algum grau de antropização, ou seja, níveis variados de degradação causada por interferência humana”, pontua Mairton acrescentando: “as nascentes têm um papel vital na saúde e alimentação do fluxo dos rios”.

A Coordenadora da Comeas, Clara Câmara, relata também que existem nascentes que estão sendo utilizadas para práticas agropecuárias. “Em algumas situações, a população fez um barramento no lugar onde flui a água ou instalou bombas de captação”, mostra.

Na última quinta-feira (30), o documento foi apresentado, durante reunião na Semarh, a um corpo técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema), Instituto de Gestão de Águas do RN (Igarn), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Comitê da Bacia Hidrografica do Apodi Mossoró, Ministério Público do RN e Prefeituras. A Semarh está trabalhando na elaboração de um termo de cooperação, entre as instituições, que prevê a divisão de atribuições dentro do projeto.

O Professor de hidrologia da Ufersa, Luis César Aquino, destacou a importância de se revitalizar esses pontos de produção de água e disse que a universidade vai ser parceira nesse projeto que segundo ele “É fundamental para os rios e população dessa bacia hidrográfica”.

“Queremos mostrar essa realidade aos alunos e criar neles um sentimento e uma visão de conservação. As universidades pesquisam e ensinam, mas precisam atuar mais na extensão, se inserido no dia a dia da sociedade, mostrando a importância da preservação, não porque a lei manda, mas porque se não preservar, os recursos acabam”, frisou Luis.

A próxima etapa do “Plantadores de Água” será a realização de oficinas para apresentar o documento e montar um plano de trabalho, em conjunto com a sociedade das bacias. “Nesses eventos vamos discutir quais iniciativas ambientais deverão ser executadas e quem pode auxiliar nas ações. Também vamos escolher um grupo para ser capacitado e funcionar como multiplicadores” diz Clara.

O Secretário Mairton França destaca que a realização desse projeto vem ao encontro do trabalho de construção de bases, que o Ministério do Meio Ambiente está desenvolvendo para elaborar a Política Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas. “Nosso projeto pode ser uma referência, a nível federal, inclusive ele foi citado em palestra sobre a construção do Plano, durante o Encontro Nacional de Comitês, no mês passado”.

A próxima bacia hidrográfica a ser trabalhada pelo “Plantadores de Água” é a do rio Potengi. Sua principal nascente é localizada no município de Cerro Corá, no Seridó.

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