Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um estudo envolvendo mais de 2 mil pessoas com o vírus HIV no mundo revela uma defasagem no diálogo entre médicos e pacientes, capaz de prejudicar o tratamento. A Pesquisa sobre Tratamentos de Longo Prazo de Aids em Âmbito Global 2010, da Associação Internacional de Médicos no Atendimento à Aids (Iapac, na sigla em inglês), mostra que demandas específicas – como problemas crônicos e efeitos colaterais do tratamento – deixam de ser atendidas durante as consultas.
Metade dos entrevistados relatou que nunca discutiu, por exemplo, questões relacionadas ao bem-estar, como novas opções de tratamentos. Além disso, 40% dos entrevistados reclamaram dos efeitos colaterais dos medicamentos, enquanto 50% disseram que os remédios tiveram um impacto bastante negativo em suas vidas.
De acordo com o levantamento, é importante que se discuta no consultório médico fatores como o histórico familiar do paciente, além de possíveis hábitos como o fumo e doenças preexistentes como o diabetes e a depressão. Do total, 51% dos entrevistados relataram nunca ter tido esse tipo de conversa com seu médico, mesmo quando 64% deles disseram ter problemas como insônia, incômodos gastrointestinais e hepatites. Alguns medicamentos antirretrovirais podem, inclusive, agravar alguns quadros se não forem prescritos de forma correta.
A pesquisa destaca que a aids deixou de ser uma doença fatal e passou a ser vista pela comunidade médica como uma doença crônica de longo prazo. Por essa razão, um dos principais desafios enfrentados são os efeitos colaterais do tratamento.
O estudo envolveu pacientes dos Estados Unidos, da Alemanha, da Itália, da Rússia, da Espanha, do Reino Unido, da Austrália, da Coreia, da Costa do Marfim e da África do Sul, além do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário