Considerada inicialmente uma “novidade” quando encalhou na pedra da baixinha no rio Potengi, próximo à Guia de Corrente na praia da Redinha, o navio-draga La Belle já não chama mais a atenção de pescadores, moradores da região e dos turistas. Ontem, a embarcação completou um mês de encalhe. De presente, ganhou uma nova esperança de sair do local: a empresa Bandeirantes, responsável pela draga, acredita que na próxima semana será feita uma nova tentativa, desta vez bem sucedida, de desencalhe.
Adriano Abreu
Nova tentativa de desencalhe da embarcação La Belle deve ocorrer entre terça, 7, e sexta-feira, 10
A previsão é que a operação de desencalhe seja feita entre terça e sexta-feira, aproveitando as condições propícias da maré, quando ela estará acima dos 2 metros de altura. “Estamos aguardando isso e fazendo os reparos necessários para que a embarcação consiga sair bem. Ela já está aproximadamente 80% pronta e iremos deixá-la 100% até a tentativa de desencalhe”, explicou o engenheiro naval da Bandeirantes, Nilo de Luca.
Os reparos são devidos a perfurações apresentadas pela embarcação após as primeiras semanas de encalhe. Sobretudo, quando o óleo que transportava nos tanques estruturais – 40 mil litros – foi retirado para que a embarcação ficasse mais leve e pudesse sair com mais facilidade quando puxada pelos rebocadores. Como as tentativas de desencalhe não deram certo, a draga continuou no local, balançando e batendo contra a pedra da baixinha, resultando em avarias.
Agora, para fazê-la ficar imóvel no local, foi colocado água do mar e retirado todo o óleo que sobrou nos tanques estruturais. “Agora, só há óleo nos tanques de serviço, que é utilizado nos geradores, por exemplo. Esses não têm risco de prejuízos ambientais e são necessários para que a tripulação possa continuar embarcada no La Belle. Tiramos também alguns equipamentos da embarcação e a deixamos aproximadamente 30 toneladas mais leve”, explicou Nilo de Luca.
O capitão disse que a Marinha fica averiguando se não há vazamento de óleo até que a empresa tenha sucesso no desencalhe. A embarcação encalhou com uma maré de 1,80 metro, por isso necessita de uma maré de mais de 2 metros para sair. A última operação, realizada no dia 11 de agosto, aconteceu quando a maré atingiu 2,50 metros e usou três rebocadores, mas sem sucesso.
Reem Island
Com capacidade para 5.600 metros cúbicos e três vezes maior que “La Belle”, o navio-draga Reem Island deve retomar hoje o trabalho de dragagem do Rio Potengi. No Porto de Natal, a embarcação já estava pronta para o trabalho, dependia apenas de um acerto com um prático do Porto de Natal, onde a embarcação se encontrava ancorada desde o dia 14 de agosto.
“Já está quase tudo acertado e amanhã (hoje) o coordenador de contrato da Bandeirantes deve fechar o que falta para começar o trabalho”, explicou Nilo de Luca. A Reem Island fará um trabalho de dragagem de aprofundamento do rio Potengi. Ainda neste mês, uma outra draga, pouco maior que La Belle, deverá chegar à cidade para continuar o trabalho de alargamento do canal, que era o último a ser desempenhado pela embarcação que está encalhada na Redinha.
A entrada da barra é uma região onde outras embarcações já encalharam, como a corveta Forte de Coimbra, da Marinha do Brasil, que encalhou na pedra da baixinha no dia 19 de novembro de 1996 e a embarcação Canopus a 150 metros da primeira, no dia 15 de outubro de 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário