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segunda-feira, 18 de abril de 2016

FIERN e SINDICER sediam encontro de projeto que evitou a emissão de 60 mil toneladas de gás carbônico no RN

No dia 26 de abril, Natal sediará na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) a partir das 9h uma reunião do comitê diretivo do projeto Eficiência Energética em Indústrias Cerâmicas na América Latina para Mitigar a Mudança Climática (EELA), iniciativa que recebe apoio da Agência Suíça de Cooperação e Desenvolvimento (Cosude) e da ONG Swisscontact para reduzir as emissões de carbono e diminuir o impacto ambiental da atividade ceramista em 7 países da região.

No Brasil, o polo piloto do projeto EELA foi no estado do Rio Grande do Norte, mais precisamente na região do Seridó, onde o uso de fornos abertos – do tipo caipira ou caeira – contribui para o desperdício de energia térmica e, por consequência para a emissão de mais carbono na atmosfera. Coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) em parceria com o Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha do Rio Grande do Norte (Sindicer/RN) o trabalho incentivou várias empresas a modificarem sua tecnologia de queima, passando a demandar menos combustível para produzir a mesma quantidade de telhas e tijolos, melhorando a qualidade do produto final e reduzindo consideravelmente a poluição do ar. Somente entre o grupo de indústrias cerâmicas e monitorado diretamente por especialistas, evitou-se que 60 mil toneladas de gás carbônico (CO2) fossem lançadas na atmosfera, além dos materiais particulados (fuligem).

O RN possui 186 cerâmicas em atividade legal com produção mensal de 112 milhões de peças, 54% representado por telhas e 42% de blocos cerâmicos (tijolos) de acordo com o último diagnóstico realizado pelo Sebrae em 2012.

O projeto envolve outras parcerias locais com a Fiern, o Sebrae/RN, o Banco do Nordeste (BNB),o Centro de Produção Industrial Sustentável (Cepis) da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, e as associações de ceramistas do Vale do Carnaúba (ACVC), do Vale do Assú e Apodi (Acevale), e do Seridó (Acese), além de parcerias nacionais com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), a Associação Nacional dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos para Indústria Cerâmica (Anfamec) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

Durante a reunião do comitê na FIERN, o INT apresentará resultados das ações no Brasil, assim como representantes do projeto do Peru e da Bolívia mostrarão resultados em seus países, e todos apresentarão estratégias para a continuidade das ações após o a finalização dessa fase do projeto, em dezembro de 2016. “A ideia é que o modelo de apoio à modernização das cerâmicas tenha continuidade por meio da cadeia produtiva que se estabeleceu durante o projeto”, explica o engenheiro Maurício Henriques, chefe da área de energia do INT.

Missão empresarial

O encontro continua da tarde do dia 26 até o dia 29 de abril, com uma missão empresarial ao interior do estado empresários ceramistas da Colômbia, Peru, México,

Equador, Bolívia, África do Sul e de outros estados do Nordeste vão realizar visitas técnicas em indústrias cerâmicas que adotaram modelos de fornos mais eficientes para o aprimoramento da atividade, tais como as cerâmicas São Francisco, Tavares, N. Sra. dos Impossíveis, no Seridó, e as cerâmicas Pataxó, Itajá e Portal do Vale, no Vale do Assú.

Guiadas por especialistas e pelos provedores das tecnologias expostas, as visitas vão mostrar aos representantes da América Latina os modelos de fornos implementados e validados pelo projeto, que incluem fornos do tipo câmara/cedan, metálico móvel, abóbada e vagão metálico. Os empresários poderão, assim, observar as diferentes características produtivas desses equipamentos e seu impacto nos diversos tipos de indústria cerâmica, esclarecendo dúvidas com os técnicos, fabricantes e usuários.

“A ideia é que os produtores possam ver diretamente esses fornos em funcionamento, verificando suas características e vantagens, o que vai embasar o conhecimento sobre qual dessas tecnologias melhor se adequa à realidade de sua empresa” complementa o engenheiro do INT Augusto Rodrigues, coordenador do projeto no Brasil.

Além do Rio Grande do Norte, o projeto EELA abrange todo o Nordeste, visando essencialmente divulgar tecnologias capazes de melhorar a produção e, sobretudo reduzir o consumo de energia e o impacto ambiental da atividade do ceramista. Em toda a região, são mais de 1,7 mil empresas. O INT também divulga esses modelos de alternativas tecnológicas por meio de manuais, vídeos em 3D sobre os fornos, mostras técnicas e palestras, que se realizam em vários polos de cerâmica.

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