Logo na chegada à surpresa dos turistas. "Acabou a água", afirma um turista. Acabar não acabou, mas nas primeiras quedas para quem chega ao parque sobraram apenas alguns filetes d'água.
Um dos passeios mais tradicionais feitos, que leva os turistas até de baixo de algumas quedas, foi interrompido nesta segunda-feira. O rio está baixo demais e a água que dava um banho nos visitantes, sumiu. "É um problema para o turismo com certeza. Nós já estamos sentindo esse reflexo com alguns concessionários dentro do parque e algumas agências de viagem", afirma o diretor do Parque Nacional, Jorge Pegoraro. No principal mirante do parque a situação não é diferente. Veja só essa imagem, das cataratas cheias, e essa outra, feita nesta segunda-feira. "Está bem diferente, realmente", afirma um turista. O volume de água nas cataratas está cinco vezes abaixo do normal. A estiagem mudou o cenário, fez praticamente desaparecer uma parte do rio.
Normalmente a água passaria bem próximo da passarela. Em baixo sobraram, só algumas poças d'água. A quantidade de água nas quedas depende das chuvas em todo o Paraná, já que o Rio Iguaçu corta o Estado de Leste a Oeste. Outra influência são as hidrelétricas. São cinco no percurso do Iguaçu. E ai as Cataratas refletem a situação da produção de energia no sul do pais. Na região os reservatórios das usinas estão, em média, com apenas 40% da capacidade. Por causa disso o operador nacional do sistema determinou a redução da produção de energia nas hidrelétricas e passou a usar energia produzida por usinas termoelétricas. Assim as usinas passam a armazenar mais água nos reservatórios e sobra menos para as cataratas, que mesmo assim, com paredões de pedras a mostra, continua impressionando. "Na verdade é lindo, mas a gente que é da região sabe que está muito diferente", afirma uma turista.
fonte: Jornal da Globo