Quem conhece Rosalba Ciarlini sabe que ela vai evitar o confronto direto com a ex-governadora Wilma de Faria que a atacou anteontem (22).
Um bate-boca agora só favorece Wilma que teme perder o PSB para o grupo da atual governadora e se descabela com o noticiário sobre o rombo nas finanças do estado atribuído ao governo dela.
Rosalba teve tempo para absorver o golpe antes de ser questionada pelos jornalistas locais, pois Wilma lhe chamou de despreparada e mentirosa quando ela participava do Fórum dos Governadores em Sergipe a caminho de Brasília.
A governadora evitou dar declarações públicas. Não houve sequer uma nota da assessoria de imprensa. E provavelmente não haverá. Mas deveria ter, afinal, é grave a acusação de que Rosalba faz "caixa", segundo Wilma. Caixa para o que?
Por enquanto, Rosalba vai deixar Wilma falando sozinha.
A resposta ficará a cargo dos aliados como Getúlio Rego (DEM) que ontem (23) aconselhava Wilma a calçar as sandálias da humildade. Coube ao parlamentar reforçar o discurso governista que a antecessora de Rosalba desarrumou as contas públicas estaduais.
Rosalba Ciarlini evitará polemizar com Wilma por duas razões: deve respeitar a liturgia do cargo - é a Chefe do Executivo - e manter distância do noticiário que especula sua saída do DEM rumo ao PSB ou outra legenda.
Mas ninguém pense que o episódio cairá no esquecimento, não.
Os ataques de Wilma de Faria deverão permanecer em estado latente. A qualquer hora, provavelmente via Twitter - essa novidade do debate político, surgirão fatos novos.
A verdade é que está em curso uma acomodação de forças partidárias por causa da eleição de Rosalba Ciarlini. Isso ocorreu em 2002 com a vitória de Wilma de Faria.
Agora o fenômeno acontece pela ascensão de Rosalba. Esse filme a gente já viu.
Se o PSB ou outro partido vai cair no colo de Rosalba, só o tempo dirá. É bom ficar atento ao debate sobre a reforma política em Brasília. Um novo arranjo de forças está sendo montado. E quem hoje é oposição aqui no estado pode virar político da base de apoio a Dilma Rousseff.
Com estados e municípios à beira do caos financeiro, o mais importante é garantir o fluxo dos recursos federais.
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