Com a vinda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil no dia 19 de março, a governadora Rosalba Ciarlini espera que seja resolvido um problema que aflige os exportadores de frutas tropicais, principalmente, de melão. Eles reclamam que o período para a exportação com isenção de taxa prejudica o Rio Grande do Norte, uma vez que o mercado americano só permite a entrada de produtos em novembro e a safra do Estado só pode ser liberada, para o exterior, entre os meses de setembro e janeiro.
Acompanhada do ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho, do secretário-adjunto da Agricultura, José Simplício, e do coordenador da Assessoria Técnica, Eribaldo Cabral, além do presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do RN (COEX), Francisco de Paula Segundo, a governadora foi recebida em audiência pelo Ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, a quem apresentou a sugestão de incluir na agenda do presidente americano o pedido de alteração na pauta de exportação dos produtos brasileiros.
Lembrando que o RN é o único na América Latina considerado pelo governo americano como área livre da mosca da fruta, uma das exigências para a entrada de produtos nos Estados Unidos, a governadora Rosalba Ciarlini apelou ao ministro para que nas negociações para um possível acordo bilateral, o governo brasileiro defenda esse pleito do Estado.
O presidente do COEX argumentou que não haverá nenhum prejuízo porque neste período é entressafra no mundo inteiro. "Quem quiser comer melão entre setembro e janeiro tem que vir ao RN", exemplificou Francisco de Paula Segundo, testemunhando que somente o Estado produz esse produto nesta época do ano.
Como não se trata de elastecer prazo, mas somente de adequar o período de exportação, o ministro Antonio de Aguiar Patriota confia que o pedido dos produtores, endossado pela governadora, possa ser atendido. "Vamos negociar com as autoridades americanas", garantiu o ministro, instruindo os técnicos a darem encaminhamento ao pleito dos produtores.
O secretário de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca, Betinho Rosado, considerou que medidas desta natureza, com certeza, estimularão investidores. "O mercado americano pelo seu poder aquisitivo pode ampliar e muito a nossa produção e exportação", afirmou Betinho, ressaltando que o esforço que o Governo do Estado está fazendo demonstra o compromisso e reconhecimento da força que vem do campo para a economia potiguar.
"Com esse esforço queremos ampliar as fronteiras e fazer o RN voltar a ser líder nas exportações de melão que, nos últimos anos, perdeu essa condição", desabafou a governadora. Em 2007, o RN exportou 87 milhões de dólares e em 2010, 45 milhões de dólares, perdendo quase a metade. Mas a queda nas exportações não atingiu apenas a fruticultura. Em 2005, o Estado chegou a movimentar com exportações, US$ 413 milhões e, no ano passado, US$ 284 milhões. O RN perdeu mercado para o CE, BA e PE.
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