Carta enviada ao nosso blog pela mãe da garotinha Gabryelly, para esclarecimento sobre a morte prematura da criança, que morreu afogada nas águas do Gargalheiras na última segunda feira, 30 de abril. Reveja o caso. Nosso blog como um veículo democrático, exibe a carta na íntegra aos leitores, confira:
Oi, eu sou Maria das Graças dos Santos, mais conhecida como Gracinha, mãe de Gabryelly. Venho através desta carta, mostrar a verdade dos fatos.
Estávamos por volta de uns 20 adultos e 9 crianças desde às 10hs da manhã em Gargalheiras comemorando aniversários de amigos. Durante todo o dia, Gabryelly comeu muito e se divertiu bastante com as outras crianças, e estava muito feliz por estar ali. Muitos me questionaram por ter levado ela, já que era um aniversário que haveria bebida, mas levei justamente para ela se divertir, pois gostava muito de banho de açude e sabia que haveria outras crianças por lá,e também era de costume ela sempre me acompanhar para onde fosse e quando eu não a levava, chorava até minha volta. Segundo comentários de terceiros, disseram que a menina estava sozinha no açude e eu estava distante bebendo, até me acusaram de estar embriagada, mas, lá todos estavam bebendo socialmente, além do mais, tinha muita gente motorizados, e eu estava consciente que tinha minha filha para cuidar, é tanto que já tinha parado de beber horas antes, e todos os responsáveis pelas crianças, e colocamos um banco na beira d'água para olhas eles. Gabryelly tinha acabado de comer e voltar para a água, e foi quando chamei sua atenção - "Gabryelly, saia da água que você comeu agora, e você já tomou muito banho e já tá quase na hora de irmos" - mas, foi num momento de distração, achei que ela tinha saído e desci para pegar a toalha, mas como as outras crianças ainda estavam lá, ela não saiu e também nesse momento várias pessoas entraram na água, pois estavam brincando de se sujar, e quando me dei conta de não estar vendo ela e comecei a gritar por seu nome e perguntar por ela, e nesse mesmo instante um dos convidados disse ter tocado em algo, só que ele estava próximo e em nenhum momento ele viu algum tipo de reação dela antes de achá-la, foi tudo muito rápido, até acho que ela pode ter sentido algum mal estar, devido ter comido muito e também era de costume ela vomitar após comer, e isso se justificava pelo fato dela estar no razo (com a água na cintura e no joelho de que a achou), ter descido e não ter subido mais, acredito que o afogamento veio em consequência de uma congestão. Quando o rapaz sentiu tocar em algo, imediatamente se abaixou, a levantou e a tirou pra fora da água, quando todos se aproximaram e eu sai em desespero com medo do que poderia estar acontecendo, os que ali estavam prestaram os primeiros socorros, acharam que ela retornaria pois colocava muita comida pra fora, só que ela não reagiu, e imediatamente levaram para o Hospital. Ao chegar no Hospital constatou que minha filha já havia morrido, foi quando me desesperei, não queria acreditar no que estava acontecendo, pois jamais queria algo de mal pra ela, e não duvidem da minha dor, pois acima de tudo sou mãe, e fui mãe até os últimos dias de vida dela, pois do contrário teria pensado só na minha diversão e teria deixado ela em casa. Estou sofrendo muito com a perda da minha filha, e como se não bastasse sofri por falta de solidariedade e respeito. Gente, saibam que nunca vou me perdoar por essa tragédia, mais só Deus sabe a quem julgar, pois todos nós somos sujeitos a passar por isso. Sei que alguns disseram que eu tive de espancar minha filha, isso é uma calúnia, podem até ter presenciado eu bater nela, mas nada fora do senso comum numa relação entre mãe e filha, pois ela era uma menina muito levada, e quem é mãe sabe que as vezes os filhos nos fazem perder a cabeça por instantes.
Peço a todos que tentem me compreender e se colocar no meu lugar, não cometi nenhum crime, sei que já agi muitas vezes com irresponsabilidade, mas nesse momento fui vítima de uma fatalidade, onde jamais vou me conformar. "Alguns" por acharem que sou culpada (dizendo que estava fazendo showzinho) quiseram medir dor comigo, mas de uma coisa tenham certeza, minha dor é inigualável, todos podem até sentir a dor da perda, mas, eu além de suportar essa dor, tenho que conviver com uma dor maior, que é a dor da ausência, de um abraço, da palavra mamãe, de acordar, levar pra escola, colocar pra dormir, preparar comida, etc. Enfim, peço que não me condenem, e sim, rezem por mim e por minha filha, pois ninguém me amava mais do que ela, tal como ninguém a amava mais do que eu. Peço forças a Deus para superar esse momento e essa dor que nunca vai passar e conto com a força de vocês. Obrigado a todos que me compreendam e peço a Deus sabedoria e sensibilidade aos que não me entendem, e saibam que se eu falhei, já estou pagando, pois não tem castigo pior que ter ficado sem minha filha. Fiquem com Deus!
Filha, você viverá para sempre em meu coração! Te amo!
Por Eduardo Silva
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