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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

HENRIQUE APRESENTA DEFESA E DEMONSTRA INDIGNAÇÃO

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves afirmou estar “indignado” com as acusações feitas contra ele no vídeo gravado por Durval Pereira, no caso do mensalão do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, o parlamentar potiguar negou que tenha interferido na reunião da executiva do PMDB que seria para votar a dissolução do diretório peemedebista no Distrito Federal, comandado por Joaquim Roriz. “Nessa gravação (do vídeo), colocaram nomes de deputados do PMDB que nem da executiva são”, disse o parlamentar, referindo-se aos deputados Eduardo Cunha e Fernando Diniz, que foram citados na gravação. O líder peemedebista classificou a acusação como “farsa da pior qualidade”.

O deputado Henrique Eduardo lembrou que na reunião da executiva peemedebista, citada na gravação de vídeo, dos 17 membros, apenas três compareceram: Íris Rezende, o suplente Moisés Avelino e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. “Será que eu teria força para impedir a vinda (para reunião da Executiva) do ex-Governador Orestes Quércia, com quem estou tendo, há algum tempo, discordâncias profundas em relação à política nacional, ao Governo Lula e ao futuro deste país? Será que eu teria força para dizer a Quércia: Não compareça para prejudicar o ex-Governador Roriz?”, argumentou o deputado.

O parlamentar do PMDB foi mais além sobre a citação do seu nome no episódio do mensalão do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda: “esse sujeito monta uma farsa da pior qualidade”.

Henrique Eduardo Alves confirmou que entrou com uma ação criminal de calúnia e difamação contra Alcyr Collaço (que fez a citação do nome dele na gravação de vídeo) e adiantou que também acionará o empresário na Vara Cível com o pedido de indenização por danos morais. Foi surpreendido por uma denúncia torpe, absurda, bandida, criminosa, desqualificada de um sujeito, contra o qual já entrei na Justiça, com a queixa-crime por calúnia e difamação e estou entrando amanhã com outra na Justiça Cível por danos morais”, destacou.

O parlamentar garantiu que irá com as ações judiciais até o final para que elas sirvam de exemplo para que outros não sejam vítimas das calúnias. “Nós vamos até o final deste processo (da ação judicial), e que sirva de exemplo o que hoje sou vítima para que os senhores e as senhoras não possam ser amanhã”, ressaltou.

Em tom de desabafo, o deputado Henrique Eduardo relatou que está enfrentando uma situação que provoca muita revolta. “Esse é um momento de indignação, revolta. Esse sujeito (Alcyr Collaço) é um empresário alvo de processo por suposto crime financeiro com prejuízo de R$ 10 milhões ao banco Santander. Ele foi flagrado em vídeo colocando maços de dinheiro na cueca”, lembrou o deputado Henrique Eduardo. Ele destacou ainda que Alcyr Collaço tem um histórico de crimes financeiros e negócios “engendrados na política”, inclusive foi investigado na CPI dos Correios. “Ele já teve a prisão decretada, hoje responde ao processo em liberdade”, frisou.

O pronunciamento do deputado federal Henrique Eduardo foi acompanhado pelo senador Garibaldi Filho, que estava no plenário da Câmara, e por diversos deputados do Rio Grande do Norte, entre eles Fátima Bezerra e João Maia.

Presidente da Câmara destaca medidas judiciais


O presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Michel Temer, prestou solidariedade ao deputado federal Henrique Eduardo Alves e afirmou que também nunca tinha sido vítima de “tamanha vilania”. “Em mais de 30 anos de vida pública, entremeada com a vida universitária e a vida profissional, jamais fui vítima de tamanha vilania, de tamanha infâmia”, disse o presidente da Câmara, no plenário, logo após o pronunciamento do líder do PMDB.

A exemplo do deputado federal Henrique Eduardo Alves, Michel Temer também acionou judicialmente Alcyr Collaço. “No nosso país a jurisdição é fundamental para o Estado democrático. De nada vale apenas a execução e a legislação se não tivermos um foro, onde se restabeleça a verdade dos fatos”, comentou Temer.

‘Pronunciamento foi sincero e convincente’, diz senador


O pronunciamento do líder do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, repercutiu na bancada federal do Rio Grande do Norte. O senador Garibaldi Filho assistiu do plenário da Câmara o discurso e considerou que o líder peemedebista foi muito convincente nas explicações. “Foi um depoimento muito sincero, ele (o deputado Henrique Eduardo) chegou a se emocionar, foi muito veemente e obteve repercussão muito favorável entre os colegas (deputados federais) de todos os partidos, foi muito cumprimentado”, comentou o senador. Garibaldi Filho definiu o pronunciamento de Henrique Eduardo como “uma defesa contundente e convincente”.

A deputada federal Fátima Bezerra avaliou que foi um “pronunciamento firme”. “Ele foi muito firme, expressando toda indignação desse episódio e, ao mesmo tempo, mostrou disposição de ir a luta, no sentido de bater as portas da Justiça para incriminar aqueles que o estão acusando”, destacou a petista.

A edição de ontem do Jornal Nacional também noticiou o pronunciamento do deputado Henrique Edurado. “O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, disse quer ficou indignado com as declarações de Alcyr Colaço, o dono de um jornal em Brasília, destacou apresentadora Fátima Bernades.

Deputado aponta ‘guarida a calúnias’


No pronunciamento na Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Eduardo Alves criticou parte da imprensa nacional por publicar denúncias sem checar a credibilidade das informações. “Que esses bandidos, meliantes se juntassem em qualquer botequim para montar a farsa era irresponsabilidade deles. Mas como parte da imprensa nacional dá guarida a uma fita apócrifa dessa, expondo pessoas de vida pública ilibada ?”, disse, em tom de desabafo.

Ele ponderou que não estava na tribuna para defender a censura, mas para destacar que em casos de denúncias como essa é preciso, primeiro, a imprensa apurar a “mínima credibilidade”. Ele lembrou que teve o pai, o ex-ministro Aluízio Alves, e dois tios cassados, o jornalista Agnelo Alves e Garibaldi Alves, pela ditadura. “O que eu exijo apenas é responsabilidade na acusação”, observou.

‘Questão volta ao devido lugar’, diz líder do governo


O líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou ontem que o pronunciamento do deputado Henrique Eduardo foi “sério e recoloca a questão no devido lugar”. “Ele foi vítima de uma acusação inaceitável. E mais uma vez isso ficou claro”, afirmou Henrique Fontana.

Para o líder da bancada do governo, o que foi apresentado como denúncia não tem qualquer fundamento. Além disso, destacou Henrique Fontana, o vídeo apresentado não poderia ser aceitado como prova ou indício contra o deputado do PMDB. “Se a gravação que foi mostrada tivesse alguma validade, qualquer pessoa poderia se reunir com outra, fazer uma série de acusaçoes a um terceiro e depois alegar que seria uma prova. Não tem cabimento. Isso não seria condizente com o Estado Democrático de Direito”, afirmou.

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