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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MULHERES FORAM OBRIGADOS A DESFILAR NUAS ANTES DE SEREM ESTUPRADAS

Testemunha conta como ocorreram assalto e estupro

Uma das vítimas do assalto à granja do Roni, em Olho D´agua dos Carrilhos, São Gonçalo do Amarante concedeu entrevista exclusiva para a Tribuna do Norte, na tarde de ontem. A mulher que terá a identidade preservada será chamada de Fernanda. Ela conta detalhes da ação da quadrilha, somente revelados, em depoimento, à polícia. Diferente do que foi divulgado na imprensa foram cinco assaltantes e não quatro homens que invadiram a granja na madrugada do domingo passado. Das seis mulheres que estavam no local, duas não foram estupradas. Uma delas estava menstruada e a outra estaria grávida. Segundo Fernanda, a gravidez foi uma mentira. “Ela não está grávida foi uma forma que nossa amiga encontrou para não ser violentada. Deu certo”.
Fernanda lembra que a festa de confraternização para 40 pessoas, a maioria, funcionários de um supermercado, localizado na zona norte de Natal seria realizada no domingo (20). No sábado, 14 pessoas haviam ido até à granja para preparar o local para o evento.

De acordo com a mulher, a granja foi escolhida por causa da piscina e também porque, no local, o som poderia permanecer alto até à noite. “Pagamos R$ 180 pelo aluguel da granja e, depois de deixar tudo arrumado para a festa, quando estávamos indo embora fomos abordados pelos assaltantes”. Fernanda afirma que era 01h45 da madrugada do domingo, quando três homens invadiram a granja pela frente e dois chegaram por trás. Os bandidos estavam armados, supostamente, com revólveres e pistolas.

Todos foram obrigados a se deitar no chão do jardim, depois foram levados para perto da churrasqueira, posteriormente, seguiram até um dos quartos. “Lá tivemos que tirar a roupa. Apenas uma das mulheres ficou de calcinha, pois, estava menstruada”. Em seguida, as mulheres foram separadas dos homens. Um dos bandidos ficou no quarto com os rapazes e o outro ficou em outro quarto com as mulheres. Fernanda lembra do pior momento que já passou na vida. “O assaltante que estava no quarto determinou que uma mulher de cada vez fosse até à cozinha. Lá, cada uma teve que mostrar o corpo para um dos bandidos”.

Atendendo a ordem do criminoso, após mostrar o corpo de frente e de costas, cada uma era obrigada a voltar ao quarto. Por ordem, mais uma vez, cada uma delas foi obrigada a ir novamente até à cozinha. “Neste momento começou a violência sexual. Pelo menos, duas delas foram violentadas mais de uma vez. Escutei uma das garotas chorando, mas não podíamos fazer nada”.

Fernanda não sabe precisar se todos os envolvidos no assalto cometeram o estupro. “Quatro mulheres foram violentadas. Eles eram cinco. Sei que um deles não conseguiu consumar o ato porque a garota chorava muito”, lamenta.

Uma delas foi estuprada no jardim. “Foram cerca de uma hora e meia na mão dos assaltantes. Estamos muito assustados com o que aconteceu. Algumas garotas não voltaram ainda ao trabalho diante da violência sofrida”, diz Fernanda ainda atordoada com os momentos de terror que passou.

Todos os assaltantes usavam capuzes, luvas, calça jeans, jaquetas, tênis e, possivelmente, coletes à prova de balas. “Tive a impressão que estavam de colete. Não tenho certeza. Acho que se vestiram desta forma para não serem reconhecidos. Só conseguíamos ver os olhos”.

Um detalhe chamou a atenção da vítima. Um dos assaltantes teria reconhecido uma das garotas. “Ele falou que sempre via a jovem indo para o colégio. Que sentia desejo e que queria vê-la nua”. Um dos criminosos teria dito: “Vocês são de longe e estão vadiando por aqui? O bandido teria citado uma localidade no litoral Norte, onde algumas vítimas moram.

De acordo com informações da delegada Sheila Freitas, titular da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur), designada para apurar o crime, após a divulgação do assalto na mídia, muitas pessoas estão telefonando para a polícia. “Todas as informações estão sendo checadas, porém algumas não procedem. Não deixamos nada escapar. Ainda é prematuro falar algo”.

Sheila que preside o inquérito policial, explica que vítimas de violência sexual ficam muito traumatizadas e confirma: “Algumas delas foram violentadas mais de uma vez”.

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