Existe maior violação ao direito humano do que uma mulher chegar para ter seu filho e, na hora do parto, morrer por falta de oxigênio?" Com essa pergunta a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) fez uma reflexão sobre a descriminalização do aborto, um dos temas da exposição do ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em audiência promovida nesta quinta-feira (8) por seis comissões do Senado.
A senadora lembrou que o ministro ressaltou na audiência que a descriminalização do aborto é uma questão de saúde pública, porque muitas mulheres morrem por recorrer a clínicas ilegais. Rosalba citou outros "problemas de saúde pública" e de violação dos direitos humanos que acontecem em várias regiões do país.
- Existe maior violação ao direito humano do que ver o filho que você desejou não sobreviver porque faltou leito de UTI? Existe maior violação ao direito humano do que milhares e milhares de mulheres morrendo, todo ano, quando isso poderia ter sido evitado por um pré-natal que lhes desse, pelo menos, o direito de fazer os exames necessários?
A senadora disse saber de casos de mulheres que precisam fazer uma simples ultrassonografia para prevenir a morte durante o parto, mas, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o atendimento, a paciente já morreu por complicação. Ela considerou vergonhosa para o país a mortalidade materna, um dos problemas com cujo combate o país se comprometeu, ao assinar as Metas do Milênio.
Rosalba disse temer que a liberação do aborto tenha, no SUS, o mesmo destino da laqueadura de trompas: quem pretende fazer esse tipo de cirurgia enfrenta grande filas nos hospitais públicos.
- Vai liberar o aborto? Cadê as condições para fazer esse tipo de aborto? Vai ser muito bom para quem possa botar uma clínica particular. Vai aparecer o convênio, vai aparecer tudo para banalizar cada vez mais a vida e tirar lucros.
A senadora considerou a educação a forma mais correta de defender a vida das mulheres. Quanto mais alto o nível de educação das mulheres, "menos elas chegam ao extremo de colocar em risco sua vida e tirar a vida de uma criança que está nascendo", enfatizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário