Tradição quase extinta no estado, reúne amantes da vaquejada, Homens montam em cavalos e derrubam bois na vastidão da caatinga.
Tradição secular quase extinta no Rio Grande do Norte, a 'pega de bois' na vastidão da caatinga foi revivida por vaqueiros da região de Acari, na região Seridó do Rio Grande do Norte. Neste domingo (18), um grupo formado por 25 homens vestiu os gibões de couro, celou os cavalos e soltou os bois no mato seco e pontiagudo da caatinga. A 'pega' foi registrada pelos fotógrafos potiguares Ney Douglas e Canindé Soares.
Na brincadeira, que no passado tinha ares de competição, o melhor vaqueiro é aquele que se arrisca em meio às árvores, segura o boi pelo rabo e o derruba, fazendo subir a poeira no solo seco do sertão. "É um trabalho um pouco arriscado, mas muito gostoso de fazer. Eu quase era derrubado por um boi", disse o fotógrafo Ney Douglas.
No passado, os gados eram criados soltos pelas propriedades rurais do estado. Sem água ou alimento suficiente, os fazendeiros deixavam os animais à vontade para buscarem alimentação. Atualmente, a modalidade de criação dos bichos é diferente, resumindo-se à concentração destes em currais e pastos com área reduzida.
A 'pega de boi' ocorria sempre no final de uma temporada de plantio de determinado grão ou ainda ao final de uma das estações do ano. A atividade requer do vaqueiro além de coragem, perícia, para se livrar dos galhos pontiagudos e até mesmo dos demais bois que correm mata adentro quando os vaqueiros entoam as canções e ladainhas da 'pega'.
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