O governo federal protagoniza uma série de contradições em sua gestão. Para o deputado Felipe Maia (DEM), a principal delas é gastar R$ 212 bilhões com despesas de custeio da Presidência e dos ministérios e se investir somente R$ 50 bilhões em infraestrutura, como ocorreu em 2012. “Não satisfeito com gastos tão altos com o pagamento da máquina pública, o governo cria o 39° ministério para acomodar mais apadrinhados. O governo não consegue planejar suas despesas e quando executa, gasta mal. Ou seja, uma demonstração clara de falta de gestão”, ressalta o parlamentar.
Ainda no campo das incoerências, em 2012 a população brasileira pagou R$ 1,5 trilhão em impostos, mas o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu somente 0,9%. O grande problema, de acordo com o deputado, foi a falta de investimentos na infraestrutura do Brasil. O Orçamento do ano passado previa R$ 115 bilhões para serem investidos no país. Entretanto, apenas R$ 50 bilhões foram efetivamente desembolsados. Segundo relatório do Tesouro Nacional, o Ministério dos Transportes, detentor de grande parte das obras de infraestrutura, teve seu investimento encolhido em R$ 4,3 bilhões em 2012 em relação a 2011.
Copa do Mundo
Com a proximidade do mundial, em 2014, os números preocupam, pois os gastos com obras de mobilidade, aeroportos e preparação de atletas são pífios. Levantamento feito pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra que dos R$ 8,8 bilhões previstos para ações da Copa, apenas R$ 1,06 bilhão foi liberado. Ao se destrinchar os números, vê-se que o governo reservou R$ 2,77 bilhões para obras nos aeroportos brasileiros, mas somente R$ 530 milhões, ou 19,2%, foram liberados.
No caso das obras de mobilidade urbana a situação é semelhante. Dos R$ 2,78 bilhões disponíveis no Orçamento 2012, apenas R$ 323 milhões chegaram ao seu destino final, ou 11,62%. “Apenas na construção das arenas esportivas o governo tem sido bem sucedido. As demais obras, que deixarão legado positivo para a população, como melhoria nos aeroportos e estradas, pouco tem sido feito”, disse Felipe Maia.
Seca no Nordeste
Em 2012 foram editadas seis medidas provisórias (MPs) para amenizar os efeitos da seca no Nordeste. As MPs resultavam em um total de R$ 3,1 bilhões a serem destinados para a região. No entanto, só R$ 1,6 bilhão foi pago e quase R$ 380 milhões foram perdidos por falta de execução.
Segundo a revista Veja desta semana, seis milhões de cabeças de gado já morreram no Nordeste por efeito da estiagem. Isso significa 20% do plantel da região. As perdas foram decorrentes principalmente da falta de repasse do milho que alimenta bois e vacas nas temporadas de seca. “O governo não conseguiu executar os recursos. Não conseguiu levar o milho para alimentar o gado que era responsável pelo sustento de tantas famílias do Nordeste. É lamentável a inoperância do governo”, declarou o deputado.
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