Declaração vem após anúncio de nova reforma administrativa e saída iminente de mais um secretário indicado pelo DEM, Demétrio Torrres.
As mudanças no quadro administrativo da Prefeitura de Natal com a saída e entrada de novos secretários foi um dos destaques da entrevista ao Jornal 96, da 96 FM, com o deputado federal Henrique Alves (PMDB), nesta terça-feira (26). O líder do partido no Rio Grande do Norte afirmou que irá ajudar a administração, apesar de não ter deixado claro se isso se dará através da indicação de secretários para a equipe da prefeita.
“Apoiar Natal é a obrigação de todos nós, da mesma maneira que apoiamos governo que era oposição. O partido dará o apoio que poderá dar”, justifica Henrique. A notícia foi comentada após o anúnciou do apoio de Micarla de Sousa (PV) à candidata Dilma Rousseff (PT), o que causou “atritos” entre o senador José Agripino (DEM) e a prefeita, que podem culminar na saída de secretários indicados pelo partido Democratas na administração.
"O apoio de Micarla a Dilma era pra ter acontecido no primeiro turno e não aconteceu por causa da candidatura de Marina Silva. O PV tem um Ministério integrado a Lula e só não esteve no palanque de Dilma em razão da candidatura própria", comenta.
No alvo dos comentários de bastidores está o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Demétrio Torres, que deverá sair da secretaria ainda este ano, antes da reforma administrativa prevista para o início do próximo ano.
Com o cenário em fase de mudança, o PMDB deve indicar diretamente algum secretário para a administração pevista, que foi alterada para a campanha eleitoral com afastamento de secretários que ainda não voltaram, aumentando a possibilidade de mudança no quadro de secretariado.
Durante a entrevista, o deputado federal Henrique Alves comentou sobre a importância dos projetos de Natal no setor de infraestrutura. “Temos projetos de drenagem, saneamento. Natal hoje tem um trânsito caótico que pode ser solucionado com um metrô de superfície e temos que ajudar a obter recursos porque Natal é a nossa capital. Temos ainda um comprometimento eleitoral, uma obrigação em ajudar Micarla de Sousa (PV)”, explica.
A campanha do segundo turno também foi tema da entrevista; nela, o PMDB tem participação intensa no Comitê Suprapartidário formado ainda pelos partidos PT, PR, PSB, PDT, PCdoB e outros. “A ideia de descentralizar foi correta. Eram poucos dias de campanha e tínhamos uma agenda a cumprir. Por exemplo, o PMDB hoje estará fazendo mobilização em Pau dos Ferros, amanhã em Macau e quinta em Macaíba”, destaca.
O mal-estar causado pelas declarações do petista Hugo Manso (PT) desqualificando o senador Garibaldi Alves (PMDB), no primeiro turno da eleição, foram superadas pelo partido, segundo Henrique Alves pelo bem maior que é a eleição de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB). "A necessidade de vencer, de ganhar nas eleições e agora, com a eleição de Garibaldi Alves (PMDB) com 1 milhão de votos supera a situação que foi dada a resposta correta na época", frisa.
Henrique Alves também comentou a situação das prefeituras municipais que sofrem com a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "Só uma reforma tributária decidirá essas questões. A questão é de muitos anos, com o bolo de arrecadação de 26% de participação do Estado e 6% dos municípios. Temos que ter uma solução mais digna. Por enquanto, ficamos tapando esses buracos, com a queda do FPM, mas vamos tentar uma solução corretiva e o governo dará diferença", conta.
A proposta é elevar o percentual de 23,5% para 25% e futuramente, usar os recursos do pré-sal para distribuição nos municípios.
Com uma trajetória de 40 anos de vida pública, o deputado federal Henrique Alves tem nome cotado para assumir a Presidência da Câmara dos Deputados em Brasília. Sobre o assunto, Henrique disse que o foco agora são as eleições, mas que o partido quer ter um nome de consenso.
"Estamos todos voltados das eleições, mas passado as eleições, a sucessão da Câmara e do Senado será o tema. O PMDB já foi a maior bancada do governo e o acordo era que no primeiro biênio do mandato o PT teria o espaço e agora, o PMDB deve ocupar o espaço e somos a favor de um mandato de consenso. Temos um plenário muito atento, vigilante e, vamos conduzir com calma, com equilíbrio", garante.
O líder do PMDB no Rio Grande do Norte falou ainda sobre as eleições 2012, para a Prefeitura de Natal e disse que o partido terá um nome na disputa que poderá ser o do deputado estadual Hermano Morais (PMDB) ou do deputado estadual Walter Alves (PMDB). "Teremos um candidato próprio que poderá ser um dos dois que são dois nomes por tradição, boas votações em Natal. Certamente, os deputados Walter e Hermano são bons nomes", frisou.
O PMDB também deverá ter participação no governo de Rosalba Ciarlini já que a participação do senador eleito com mais de um milhão de votos, Garibaldi Alves (PMDB) é considerada por Henrique Alves (PMDB) como "decisiva" para a vitória no primeiro turno.
Sobre a posição de apoio ou oposição ao Governo do Estado, Henrique Alves - que apoiou no primeiro turno o candidato Iberê Ferreira (PSB) - o deputado federal disse que vai respeitar o resultado e que vai lutar por ganhos para o Rio Grande do Norte. "Agora é a hora do Rio Grande do Norte e Rosalba pode contar com a ajuda do deputado aqui. A senadora foi eleita, temos que respeitar o resultado e a ajudar o Estado no novo Porto de Natal, duplicação das rodovias que ligam Natal a Mossoró, a modernização no transporte urbano de massa e os projetos de ZPE´s", garantiu.
Eleições nacionais
Um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT) no Rio Grande do Norte, o deputado federal Henrique Alves disse acreditar na vitória e aponta a popularidade do presidente Lula (PT) e os ganhos sociais e econômicos da população como fatores determinantes.
"A eleição se consolidou. Na política, Dilma conseguiu colocar José Serra (PSDB) na oposição que ele é e com um governo bem avaliado como está, na economia, no emprego, na auto estima, se colocar contra esse presidente, defini o jogo: Dilma terá uma grande vitória no próximo domingo", argumenta.
Sobre os comentários em relação à "campanha" do aborto, Henrique disse que a campanha foi baseada no apelo emocional, racional.
No final da entrevista, o parlamentar orientou aos eleitores a votarem com consciência e que decidam o que é o melhor para o país, para a sua família e para o seu estado.fonte: nominuto
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