A “II Reunião de Análise e Previsão Climática para o norte do Nordeste brasileiro” começou nesta segunda-feira (20) com a presença de meteorologistas do Nordeste e representantes de diversas instituições nacionais. O evento é coordenado pelo Gerente de Meteorologia da EMPARN, o pesquisador Gilmar Bristot. Para dar as boas vindas estiveram presentes o Secretário de Agricultura, da Pecuária e da Pesca, Guilherme Saldanha e o presidente da EMPARN, Alexandre de Medeiros Wanderley. Além de pesquisadores da área, também participaram da reunião alunos do curso de Meteorologia (Graduação e Pós) da UFRN.
Na primeira palestra, com o tema “Investigação das possíveis contribuições dos oceanos Pacífico e Atlântico para a estação chuvosa do norte do nordeste do Brasil em 2017”, o pesquisador Caio Augusto Coelho (CPTEC/INPE-SP) mostrou através de imagens de Satélite e gráficos as análises realizadas desde o último trimestre de 2016. O pesquisador destacou que a previsão climática fica mais difícil quando os oceanos (Pacifico e Atlântico), não “falam” a mesma linguagem, como está ocorrendo agora. Ele salientou ainda que o resfriamento do Pacífico Equatorial não trouxe as condições de chuvas esperadas para o Nordeste brasileiro.
Na segunda palestra, sobre o tema “Secas históricas e previsão climática para o Nordeste”, o coordenador do INMET, Expedito Ronald Gomes Rebello, mostrou que as secas no Nordeste brasileiro têm um longo histórico com os primeiros registros datando de 1583, logo após o descobrimento do Brasil. Ao longo dos últimos anos, os ciclos de seca vem se repetindo, como em 1776 a 1778, com o registro de perdas de quase todo o rebanho bovino. Em 1909, o Governo Federal criou o DNOCS e o INMET, para a convivência e a orientação sobre a situação climática no país. Entre as ações, as mais remotas são da seca de 1877 a 1879, quando o governo incentivou a construção de cacimbas. A partir de meados da década de 40 até hoje, o poder público vem investindo na construção de reservatórios para acúmulo de água, melhorando a convivência com a escassez hídrica no semiárido.
Durante a tarde desta segunda-feira, a reunião continua com a participação de representantes da Funceme e análise de resultados. Serão colocados em discussão relatórios de instituições como a Funceme, o INPE e o INMET e a partir desses dados será elaborado o boletim com a previsão climática para os meses de março, abril e maio. A divulgação do documento acontece amanhã, às 11 horas, na sede da EMPARN, em Parnamirim.
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