A NET, maior operadora de serviços convergentes via cabo da América Latina, em parceria com a Intel e a TGR, empresa residente da Incubadora de Empresas da COPPE/UFRJ, desenvolveu o primeiro modem de banda larga fixa com tecnologia nacional. Em fase de produção e instalação, o equipamento, que atende aos requisitos da portaria 950 e já foi homologado pela Anatel, será capaz de testar a qualidade da rede regularmente ou sob demanda.
“O avanço da tecnologia Docsis, que será utilizada, já possibilita a entrega de velocidades acima de 1 Gbps com custo-benefício e impacto operacional muito melhores que os de outras tecnologias utilizadas atualmente. O novo modem permite que tenhamos insumos para tomar decisões importantes sobre, por exemplo, a evolução e o correto dimensionamento de nossa rede. Isso se refletirá em mais qualidade para nossos clientes'', explica Marcelo Parraga, diretor executivo de Infraestrutura de Rede Fixa do Grupo América Móvil no Brasil.
O projeto teve início há quatro anos, quando a NET tomou conhecimento do trabalho desenvolvido pela TGR a partir das pesquisas do laboratório LAND da COPPE, no segmento de telecomunicações. Os alunos, orientados pelo professor Edmundo de Souza e Silva, trabalhavam em um software para medição de redes de banda larga fixa e móvel, com base em algoritmos desenvolvidos com exclusividade no laboratório da COPPE.
Seguindo um modelo de parceria muito similar ao adotado por universidades americanas, a NET apoiou a TGR para acelerar o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de seu produto em conjunto com o laboratório da COPPE.
“Com esse projeto, a NET investiu em toda a cadeia de inovação no Brasil e ajudou a demonstrar que temos qualificação para o desenvolvimento de produtos com tecnologia de ponta'', conta Edmundo de Souza e Silva, professor do programa de Engenharia de Sistemas e Computação da COPPE/UFRJ e sócio fundador da TGR.
O projeto atraiu diversos alunos de mestrado e doutorado, inclusive alunos com premiações (por exemplo, premiação da Olimpíada Mundial de Programação). O projeto gerou novos recursos para a pós-graduação da COPPE e garantiu melhores condições de pesquisa e desenvolvimento no ambiente acadêmico.
Além de medição de desempenho em vários pontos da rede, o software possibilita a gestão da qualidade por meio de dados, indicadores e relatórios, facilitando a priorização e alocação de investimentos. Para isso, são monitorados diversos indicadores de desempenho de rede, como velocidade, latência, jitter, tempo de resposta de DNS, entre vários outros.
Com o software pronto, o próximo passo foi embarcá-lo dentro de modems e roteadores. Para isso, a operadora firmou parcerias com a Intel para o desenvolvimento de um novo firmware – o primeiro produzido no Brasil – e com alguns fornecedores para a criação da nova geração de modems NET, com um hardware específico para o mercado nacional, baseado em chipsets da empresa parceira.
Além da monitoração de diversos parâmetros em tempo real, os resultados são armazenados em uma plataforma de Big Data usada pelo projeto e, através de estudos baseados em técnicas de Machine Learning, pode-se definir as regiões onde a demanda de rede está aumentando, para que sejam feitos os investimentos necessários em ampliação de capacidade. Ou mesmo para elencar áreas onde é necessária alguma intervenção para correção de problemas ou degradação.
A portaria 950 de tecnologia nacional e do REPNBL possibilitou à NET buscar parcerias locais para inserir o Brasil na cadeia de desenvolvimento de equipamentos de última geração para banda larga. “Trata-se um case mundial de inovação a ser celebrado por todos'', afirma Parraga.
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