“O maior dano que fica depois do abuso sexual, além da questão física, é a relação de insegurança que a criança estabelece com o mundo. A dúvida sobre o que real se instala e o inconsciente traz à tona as imagens mais dolorosas”, disse a psicóloga Ilike Maia. É para coibir esse tipo de violência que a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, através da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Cidadania (SEMTASC), se prepara para realizar mais uma Campanha de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual Infantil.
Serão três dias de palestras, vídeos, visitações e atividades socioeducativas nas escolas, nas unidades de atendimentos e nos espaços públicos da cidade. A programação começa na terça-feira (16/05) e se encerra na quinta-feira (18/05), que é o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O objetivo é despertar a população para colaborar com o poder público no enfrentamento a este tipo de crime.
Em São Gonçalo do Amarante, o combate à violência sexual não se limita aos dias da Campanha Nacional. A Secretaria de Assistência Social trabalha cotidianamente com atividades de prevenção nos CRAS (Centros de Referência a Assistência Social), através do Serviço de Fortalecimento de Vínculo e Convivência. Além disso, presta atendimento às vítimas do abuso por meio do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), com a oferta de psicólogos e outros profissionais da área.
Esses atendimentos diários permitem que o órgão municipal identifique outros fatores de vulnerabilidade social sofrido pela criança e pelo adolescente. “Muitas vezes, as famílias que nos procuram encontram-se em situação de diversas violações de direito, como a de alimentação, de documentação civil e a de acesso à escola. A Assistência Social toma as providências para inscrever esses participantes nos programas sociais necessários para manutenção e garantia dos seus direitos”, disse a Assistente Social, Karollyne Lopes.
De acordo com os dados do Conselho Tutelar de São Gonçalo do Amarante, houve um aumento no número de registros de violência sexual contra crianças e adolescentes, nos últimos anos. Em 2011, o órgão registrou 09 (nove) casos. Já em 2016, foram 19 denúncias confirmadas. Atualmente, os crimes sexuais representam 22% do total de agressões sofridas por este público, no município. “Denunciar é preciso. O abuso sexual é como uma cicatriz profunda, a qual nenhum remédio ou tempo conseguem apagar”, afirmou o Conselheiro Tutelar Robson Marinho.
Disque 100
As denúncias também podem ser realizadas pelo Disque 100, que funciona todos os dias, das 8h às 22h. Após serem examinadas, as informações recebidas são encaminhadas para as autoridades competentes e o anonimato é garantido. No Brasil, apenas em 2016, esse Serviço de Proteção recebeu 77.290 relatos de violação dos direitos das crianças e adolescentes, sendo 15.707 casos de violência sexual.
Sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
O movimento nacional faz alusão ao “Caso Araceli” – uma menina de 8 anos, que foi sequestrada, violentada e assassinada, em Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973. Seu corpo apareceu, seis dias depois, carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. Dessa forma, o dia 18 de maio foi instituído pela Lei Federal nº. 9.970/2000 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
PROGRAMAÇÃO REALIZADA NA SEMANA ALUSIVA AO DIA 18 DE MAIO PELA SEMTASC
16/05
09h00 – Blitz educativa com distribuição de panfletos – Semáforo do Conjunto Amarante
17/05
09h00 – Ação Socioeducativa – Escola Municipal de Serrinha;
14h00 – Palestras referentes ao tema da Campanha – Unidades do CRAS (Pe. João Maria, Novo Santo Antônio e Prolar)
18/05
09h00 – Apresentação da Peça Teatral “A menina e o Segredo” – Teatro Municipal;
14h00 – Apresentação da Peça Teatral “A menina e o Segredo” – Teatro Municipal;
16h00 – Caminhada Alusiva a Campanha – Saída do Teatro Municipal e Término na Praça Senador Dinarte Mariz.
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