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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Novas escolas vão mudar realidade na zona rural do RN

Escola 1 de maio - 9Todos os dias João Vitor Barbosa (14) começa a se arrumar às 10h para ir pra escola. Almoça por volta das 10h30 e às 11h15 está a postos esperando o ônibus escolar passar no Assentamento 1o de Maio, em Caraúbas. De lá até o Assentamento Mirandas, onde estuda, encara 1h30 de viagem. “A gente anda muito, no calor, o ônibus batendo porque a estrada é de barro”, reclama. Na volta, sai 17h30 da escola e às vezes só chega em casa às 19h. Essa rotina, no entanto, está com os dias contados. É que a Escola 1o de Maio está 25% concluída e será entregue pelo Estado à população do assentamento no início do próximo ano.

“Achei muito bom a escola vir pra cá porque não vou precisar mais viajar”, diz o aluno do 7o ano. A avó, Aldenir Almeida, também comemora a construção, já que todos os seus filhos precisaram se deslocar até Caraúbas ou outros assentamentos para estudar. “Aqui no assentamento temos muitas crianças e adolescentes que todos os dias viajam pra ter seus estudos. Essa escola é muito importante pra comunidade e vai trazer uma mudança de vida para todos”, acrescenta Aldenir.

Um dos benefícios que as obras estão trazendo é a geração de emprego no assentamento. Dos 42 operários, mais de 20 são da comunidade, entre eles a filha de Aldenir, que está cozinhando para a equipe de construção. “Quem sabe até eu não vou trabalhar nessa escola depois de pronta?”, registra a avó do menino, atualmente agente de saúde numa unidade básica da comunidade.


A Escola 1o de Maio é uma das seis que estão sendo construídas pelo Estado para promover acesso à educação no campo e incluir socialmente crianças e jovens de comunidades indígenas, quilombolas e assentados. No caso desta, então sendo investidos R$ 4,6 milhões com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial.

Para o secretário da Sethas e coordenador do projeto Governo Cidadão, Vagner Araújo, as escolas de campo representam uma quebra de paradigma na educação do Rio Grande do Norte. “O objetivo do Estado é ofertar educação de qualidade na zona rural para que essas crianças e jovens não precisem se deslocar até os centros urbanos para estudar. Com a estrutura e ensino adequados, eles cumprem a vida escolar e ao mesmo tempo fortalecem o núcleo familiar e a vida produtiva no campo”, destaca.

A secretária de Educação Cláudia Santa Rosa exalta o momento especial vivido pela educação do Estado. “É um momento de muitos avanços, porque ao construir essas escolas, o Governo do Estado faz o ensino chegar onde há enorme demanda e com todas as condições para um projeto pedagógico ser desenvolvido à altura do que os jovens merecem e necessitam para ingressar e permanecer na escola”, acrescenta.

O plano pedagógico prevê o funcionamento nos horários matutino e vespertino, com uma previsão total de 600 alunos - 300 pela manhã, 300 pela tarde. A escola terá quatro ambientes diferentes: o setor pedagógico com 8 salas de aula, 6 laboratórios (informática, química, física, biologia, matemática e línguas), biblioteca, auditório, sala de inclusão, grêmio, rádio e sala multiuso; setor administrativo com diretoria, secretaria, sala de arquivos, almoxarifado, coordenação pedagógica, sala dos professores e sala de material didático; setor de serviços com cozinha, despensa, área de serviço, copa suja, banheiro de serviço, banheiro de funcionários, professores, estudantes e com acessibilidade; e setor de convivência com refeitório/pátio coberto, jardins e quadra poliesportiva.

Saiba mais

Por meio do acordo de empréstimo e em parceria com a Secretaria de Educação, o Estado está construindo seis escolas em diversos municípios para beneficiar três mil jovens. Os investimentos somam R$ 26,5 milhões em obras nas zonas rurais de Macaíba, Ceará-Mirim, João Câmara, Caraúbas e zona urbana de São Gonçalo do Amarante. A estimativa é que as construções terminem em dezembro deste ano e os estudantes possam iniciar 2019 nas novas escolas.
Os prédios foram pensados dentro de critérios técnicos de sustentabilidade e conforto térmico, adotando uma série de medidas de maior eficiência energética e maior aproveitamento de recursos naturais, com soluções como reuso das águas pluviais em vasos sanitários e mictórios, reuso do esgoto tratado em irrigação de jardins e áreas verdes e captação de energia solar por meio de painéis fotovoltaicos localizados na cobertura das escolas. Tais medidas visam à redução de custos de operação e manutenção.

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