A Petrobras não tem condições de fornecer gás para que a Alcanorte, fábrica de barrilha localizada na cidade de Macau (RN) possa ter condições de entrar em operação. A informação foi dada hoje (17) na tribuna do Senado pelo senador Garibaldi Filho, que discursou sobre o assunto.
“Procurei o presidente da Petrobras, o Presidente Sérgio Gabrielli, para saber se a empresa ainda se interessaria em por a fábrica em funcionamento, mas ele foi bastante enfático no sentido de dizer que iria receber os dados que eu apresentei, mas que não podia garantir o fornecimento do gás indispensável ao funcionamento da fábrica”, contou.
Garibaldi Filho lamentou o fato porque só seriam necessários percorrer 21 quilômetros para que o gás chegasse à Alcanorte. O senador observou durante seu discurso que em 1997, quando ainda era governador pode criar uma expectativa de que a fábrica entraria em funcionamento.
Isso correu porque ele assinou com “duas empresas para que a Petrobras passasse a fornecer durante o prazo de dez anos 130 toneladas de vapor por hora ao preço de U$3,07, além do gás natural por intermédio da Companhia Potiguar de Gás, a Potigás”.
Segundo ele, isso se constituiu como fato positivo isolado porque a Alcanorte não conseguiu resolver seus débitos e o BNDES negou um novo financiamento. “E a empresa foi parar onde se encontra hoje: inteiramente desativada”.
Dados
Em seu discurso feito na tarde de hoje, Garibaldi Filho informou aos senadores que a Alcanorte, caso entrasse em operação, teria capacidade para produzir 265 mil toneladas de barrilha por ano. “Barrilha é matéria indispensável para que tenhamos o vidro e vários produtos da construção civil”, explicou.
Atualmente, o Brasil consome 800 mil toneladas de barrilha por ano. A maior parte dessa produção vem dos Estados Unidos. A história da Alcanorte tem 34 anos.
Dívidas
Garibaldi Filho aproveitou ainda o tempo de discurso para lamentar o fato do Senado não ter aprovado, por meio de acordo, algum item favorável ao perdão de dívidas para os produtores da região Nordeste. “Os agricultores estão bastante preocupados, porque, além do estoque da dívida, eles têm agora pela frente previsões que não são nada lisonjeiras, no sentido de que poderemos ter um ano de inverno bastante sofrível, um ano em que os técnicos já disseram que não vai corresponder à média de chuvas durante o inverno no Nordeste”.
E acrescentou, desculpando-se: “Desculpem se as notícias que trouxe à tribuna hoje não são boas. Elas são verdadeiras, elas retratam o drama de uma região que na política industrial sofreu reveses como esse ao longo do tempo, como uma fábrica tão importante assim parada e, no setor rural, vem se arrastando essa questão dos débitos rurais”.
fonte:assessoria
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