O Governo do Estado, através do projeto RN Sustentável, receberá, no próximo dia 25 de abril, um estudo que representa a verdadeira radiografia da agricultura familiar potiguar. A apresentação do documento será realizada em Consulta Pública, no próximo dia 25 de abril, no Mini auditório da Escola de Governo, das 14h às 17 h. É o resultado do trabalho realizado por consultores especializados que entregarão o diagnóstico completo sobre a realidade, problemas enfrentados, riquezas disponíveis e soluções para ampliar quantidade e qualidade da produção das pequenas propriedades agrícolas. Foram quase 12 meses de trabalho, envolvendo a realização de diversas oficinas temáticas, éticas, 8 workshops territoriais focando em 6 cadeias produtivas e seus APLs (Arranjos Produtivos Locais).
O Diagnóstico e Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento de Atividades Produtivas Agrícolas do Rio Grande do Norte, desenvolvido por técnicos do Consórcio Nippon Koei LAC, aponta caminhos e diretrizes para projetos estruturantes. Foi desenvolvida uma metodologia com foco no novo rural, no melhor aproveitamento do território, integração das cadeias produtivas e arranjos produtivos locais. O documento é fruto de uma análise final submetida a três eventos regionais. O plano estratégico será um norte para o melhor aproveitamento das cadeias produtivas da fruticultura, ovinocaprinocultura, cajucultura, leite e derivados e piscicultura. Oito territórios rurais foram pesquisados: Sertão do Apodi, Mato Grande, Açu Mossoró, Agreste Litoral Sul, Sertão do Apodi, Açu/Mossoró, Seridó, Sertão Central Cabugi e Litoral Norte Angicos e a partir destes a todo o estado.
Outro objetivo do trabalho foi compreender e caracterizar o significado de Arranjo Produtivo Local. Há um conjunto de dinâmicas que podem se estruturar em arranjos produtivos. E há uma base concreta nos territórios sobre estas cadeias, que precisam se dinamizar. O estudo identificou unidades familiares de produção. Os técnicos detectaram problemas como: baixa incorporação de tecnologia, dificuldade na gestão das unidades de produção, alto custo, baixa qualidade nos produtos, falta de regularidade na produção. Outro grande gargalo a ser combatido é a baixa agregação de valor de produtos da agricultura familiar, gerando evasão de receitas para outros Estados que faturam com o beneficiamento de mercadorias.
O estudo apresentou dificuldades, mas também possíveis caminhos. Um deles é a identificação de um conjunto amplo de infraestrutura que não está sendo aproveitado (e poderá ser). Ainda diversas experiências onde a agregação de valor existe e gera resultados na casa dos agricultores familiares. Outros focos que podem ser bastante explorados são: o uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) para universalizar o acesso dos agricultores e pescadores a estas e outras oportunidades, e o acesso a novos mercados, que deve contribuir para que a meta de inserção de produtos da agricultura familiar na composição alimentar seja alcançada (30%). Uma das soluções é a nova central de comercialização dos agricultores familiares, com previsão de inauguração para este ano. A central cumpre três papéis importantes no acesso ao mercado: ter estratégia de promoção da marca agricultura familiar; espaço físico para trocas, vendas varejo e atacado, oportunizar ações coletivas de acesso a mercados.
O diagnóstico aponta ainda que os oito territórios demonstraram ter uma base de experiências bem sucedidas sobre as quais se pode estruturar os APLs. Há base produtiva suficiente, mix de produtos, necessitando ampliar qualidade, regularidade e beneficiamento para responder demandas de mercado. O Estado possui alta coesão territorial possibilitada pelas infraestruturas de rodovias, eletricidade e comunicação. A dinâmica social e cultural, apesar das identidades territoriais diversas, tem laços construídos. Todas as características são fundamentais para a definição do planejamento que levará a agricultura familiar do Rio Grande do Norte ao caminho ideal do crescimento e desenvolvimento.
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