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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vacinação contra H1N1 termina hoje

Hoje é o último dia da campanha de vacinação contra a gripe H1N1 em todo o Brasil. Apesar de no Rio Grande do Norte os números apontarem, até a manhã de ontem, uma cobertura apenas próxima dos 60%, as secretarias Estadual (Sesap) e Municipal de Saúde (SMS-Natal) recomendam que a população pertencente aos grupos de risco da doença, convocados a se vacinarem, não percam o prazo, já que não há qualquer confirmação de que a campanha possa ser prorrogada, decisão que cabe ao Ministério da Saúde.
Emanuel AmaralPosto de Brasília Teimosa tem
 vacinado cerca de 60 pessoas em cada turno de 3 horas. A demanda tem 
sido grande em todas unidadesPPosto de Brasília Teimosa tem vacinado cerca de 60 pessoas em cada turno de 3 horas. A demanda tem sido grande em todas unidades
Ontem, penúltimo dia da campanha, grandes filas se formaram nos postos de saúde de Natal. Idosos com doenças crônicas, crianças de até dois anos e jovens dos 20 aos 29 anos aproveitaram a última etapa, inicialmente destinada apenas à população de 30 a 39 anos, para também se imunizarem. No Centro de Saúde São João, no Tirol, a fila reunia 50 pessoas, por volta das 9h, quando todos foram informados que a enfermeira responsável por aplicar as vacinas teria de deixar o serviço, devido a um problema de saúde do pai.
Como não havia outro profissional habilitado, todos que esperavam pela vacina, alguns há mais de meia hora, ficaram sem a imunização. “É ridículo, só vão voltar a vacinar à uma hora da tarde. Não tem mais ninguém para aplicar e a gente perdeu tempo na fila, sem conseguir se vacinar”, reclamou a comerciante Sabrina Abreu. A situação era mais calma nos postos de Mãe Luiza e Brasília Teimosa, ainda assim dezenas de pessoas aguardavam pela vacina nos dois locais.
Em Mãe Luíza, a média tem sido de 100 a 120 aplicações por dia, segundo a diretora Lúcia Rosa. Já em Brasília Teimosa a unidade vem atingindo uma média de 60 em apenas um turno de três horas. O caixa de farmácia Jurandir Ramos, de 39 anos, foi um dos atendidos. “Deixei só pra agora, no final, porque não tive tempo e também porque o pessoal ficava colocando medo na gente, dizendo que doía demais”, revela.
De acordo com a coordenadora do Programa de Imunização da Sesap, Jeanny Guedes, não há garantia de que quem perder o prazo final da campanha terá outra chance para se vacinar. “Por isso nossa recomendação é que todos pertencentes aos grupos que foram convocados se vacinem até esta sexta (hoje).” Ela afirmou que o MS tem mantido contato com secretarias estaduais e somente uma decisão do MS permitirá a abertura de novos prazos.
Jeanny Guedes admitiu que uma das principais preocupações diz respeito ao grupo formado pelas gestantes, parcela na qual havia se obtido apenas 55,7% de cobertura, até a manhã de ontem, quando a meta é atingir pelo menos 80% do público total. Os números da Sesap dependem do repasse de informações por parte das prefeituras, que são as responsáveis pela aplicação das vacinas.
Município redistribui vacinas e reforça pessoal
Enquanto todos os postos de saúde de Natal continuarão vacinando contra a gripe H1N1 durante o dia de hoje, as vacinas aplicadas aos idosos contra a “gripe comum”, cujo prazo da campanha termina também nesta sexta-feira, vão ser concentradas  somente em alguns centros de saúde. A decisão de remanejar profissionais e doses para as unidades que estão recebendo o maior número de usuários teria sido tomada devido à quantidade limitada enviada pelo Governo Federal.
“Este ano o Ministério da Saúde nos repassou apenas 80% de vacinas do total de idosos da capital e não 100% como nos anos anteriores, por isso nos últimos dias alguns usuários reclamaram que chegaram em determinadas unidades e a vacina já tinha acabado. Mas já corrigimos essa deficiência e remanejamos as vacinas que sobraram das unidades onde houve menor procura, concentrando nos postos de maior circulação”, explicou a chefe do Departamento de Vigilância à Saúde da SMS, Cristiana Souto.
Ela destacou que a secretaria também teve de incluir seringas do próprio estoque para atender tanto a vacinação da gripe comum, quanto a da H1N1. “Também não recebemos do Ministério da Saúde essas seringas, por isso tivemos que recorrer ao nosso estoque próprio, mas temos o suficiente para cumprir a meta e vacinar os nossos idosos de Natal”, reforçou Cristiana.
Sindicato quer segurança nos postos
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde/RN) realizou uma manifestação na manhã de ontem, em frente ao Hospital dos Pescadores no bairro das Rocas, para cobrar melhorias na estrutura da rede municipal de saúde. De acordo com a diretora da entidade, Sônia Godeiro, a principal reivindicação da categoria é o reforço na segurança dos postos de saúde, sobretudo nas unidades que funcionam as 24 horas do dia.
“Os guardas municipais perderam o direito de usar armas e à noite não ficam, então os profissionais, recepcionistas, técnicos, enfermeiros, correm o risco de serem agredidos e assaltados. A situação está bastante crítica e merece atenção das autoridades. Para as Rocas, contrataram segurança privada, mas isso só faz aumentar as despesas. Queremos que seja resolvido esse problema do porte de arma da Guarda Municipal e, até lá, a Polícia Militar preste este serviço de segurança permanentemente”, defendeu a sindicalista.

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