Desenvolver uma ciência que beneficie de maneira mais direta a população do Estado. Esse foi o foco da reunião para elaboração do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação 2011-2020, que aconteceu nesta quarta-feira (16), no auditório da Governadoria. O Plano Estadual, o terceiro desenvolvido no Rio Grande do Norte, vai tomar como base o que foi discutido na 1º Conferência Estadual de Ciência e Tecnologia que aconteceu no ano passado.
De acordo com Bernardete Cordeiro, diretora da Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte – FAPERN, “o que existe é a necessidade de captar interesse e recursos também de empresas privadas para o investimento em ciência e tecnologia”. Bernardete Cordeiro destacou que as ações a serem desenvolvidas na ciência devem gerar riqueza e inclusão social através, principalmente, da distribuição de renda. “O ponto forte é aproximar instituições de pesquisa e produção científica com o setor empresarial. Devemos gerar interação com o setor produtivo. A ciência e a pesquisa do Rio Grande do Norte também devem ampliar suas metas internacionais. Os órgãos executivos devem buscar pesquisas que possam ser usadas em melhorias para a população”, afirmou Bernardete.
A governadora Rosalba Ciarlini reforçou que os resultados de ciência e tecnologia devem atingir as demandas sociais. “As empresas também são parcerias”, disse a governadora, e completou: “Os dividendos das atividades científicas devem ser distribuídos entre a população. Se todos trabalharmos juntos os resultados acabam sendo melhores”.
Para a elaboração do Plano Estadual, que estipulará metas até 2020, foi feito um levantamento de informações apresentadas pelo professor da Escola de Ciência e Tecnologia da UFRN, Guilherme Pereira. De acordo com ele, o que existe atualmente é um hiato entre a produção de conhecimento e a sua utilização para políticas públicas. “Há atualmente uma ausência de estratégias estaduais para o desenvolvimento a longo prazo voltado para ciência e tecnologia”, apontou o professor.
Ainda de acordo com a apresentação do professor Guilherme Pereira, alguns fatores de incentivo ao desenvolvimento da ciência no Rio Grande do Norte seria a criação de uma Secretaria de Ciência e Tecnologia – proposta já apresentada pela governadora Rosalba Ciarlini – além da interiorização de pólos e redes, com o baseamento de cientistas no interior do estado.
Na reunião, as principais áreas estratégicas apontadas para desenvolvimento de ciência e tecnologia do RN foram as de biotecnologia, novas tecnologias, neurociências e tecnologia da informação e comunicação.
O secretário adjunto da Agricultura, da Pecuária e da Pesca - Sape, Simplício Holanda, que também é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, destacou a importância do desenvolvimento de ciência tendo como base a realidade do estado. “O investimento em pesquisa que foi feito com os cajueiros no estado é um exemplo. Só no ano passado faturamos 46 milhões de dólares com isso, superando até mesmo os números do melão. Vamos agora criar tecnologias para aproveitamento das cinzas do resíduo do caju. Elas contêm mais de 20% de teor de óxido de potássio, que é uma das bases dos adubos utilizados hoje em dia”, exemplificou Simplício.
Participaram da reunião a Vice-reitora da UFRN, Ângela Paiva; o deputado estadual Fernando Mineiro; o diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da FAPERN, José Lacerda Felipe; o Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação da UERN, José Ivan Leite; o presidente da Federação das Indústrias, Amaro Sales; e a coordenadora de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Rita Leite.
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