O líder do Democratas no Senado, José Agripino, criticou a iniciativa da presidente Dilma Rousseff de propor plebiscito sobre a realização de uma constituinte para a reforma política. Nesta segunda-feira (24), a presidente da República recebeu governadores e prefeitos para discutir medidas em relação às manifestações populares que tomam conta das ruas do país. Em seu discurso de abertura, a chefe do Executivo propôs “cinco pactos em favor do Brasil” que englobam as áreas social, econômica e política.
Agripino considerou a proposta de um plebiscito “uma manobra diversionista” e lembrou que a reforma política já poderia ter sido feita se não fosse a própria base do governo no Congresso, que sempre foi contra a tramitação da matéria. “Fazer um plebiscito para aquilo que o Congresso pode fazer? Reforma constitucional precisa de quórum qualificado, então, podemos fazer a qualquer hora, basta que o governo queira e mande sua base votar. Porque o que acontece é que o governo manda que sua base não vote e, não votando, não tem definição de reforma política”, frisou Agripino.
De acordo com o senador, o povo brasileiro pede, neste momento, respostas mais urgentes, como na saúde, educação, transporte. Para o parlamentar, o discurso da presidente falhou nesse sentido. “A pauta da sociedade neste momento é mobilidade urbana, preço de transporte coletivo, metrô que não existe. É hospital superlotado, saúde inexistente, educação de má qualidade, corrupção. Isso sim é o que a sociedade está clamando na rua. Reforma política é importante? Sim, mas vamos cuidar dela com o devido amparo legal”, acrescentou.
Manifesto oposição
Nesta segunda-feira (24), Democratas, PSDB e PPS lançaram manifesto intitulado “Os brasileiros querem um Brasil diferente” em solidariedade às milhões de pessoas que saem às ruas para manifestar por um país melhor. Na nota, os líderes José Agripino (Democratas), Aécio Neves (PSDB) e Roberto Freire (PPS) afirmam que o pronunciamento de Dilma Rousseff não trouxe nada de novo. “Não há humildade para reconhecer erros e dar dimensão correta às dificuldades que atingem o dia a dia dos cidadãos”, diz o texto.
Ainda na nota, os partidos apresentam propostas para as principais reivindicações feitas nos protestos nas ruas, como melhoria na saúde, educação, transporte, combate à corrupção, entre outros pontos. E completa: “O Brasil está fazendo um reencontro com sua história. Os partidos de oposição consideram que estamos num momento único em que o rio de transformações retoma seu leito, orientado na luta por melhorias nas condições de vida de nossa população. A sociedade quer um Brasil diferente e é possível começar a construí-lo já”, afirma o texto.
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