Mais um passo foi dado para tornar o
Rio Grande do Norte mais competitivo na captação de voos fretados (charters) a
partir da redução da alíquota de ICMS incidente sobre o querosene de aviação
(QAV). No início da noite desta segunda-feira (16), o secretário de estado do
Turismo, Renato Fernandes esteve reunido, na Governadoria, com a governadora
Rosalba Ciarlini, o chefe do Gabinete Civil, Carlos Augusto Rosado, o
diretor-presidente e o gerente de produtos da CVC, Valter Patriani e Walter
Domingos, além do hoteleiro Ruizito Gaspar, do Ocean Palace.
O objetivo da reunião foi
potencializar a presença da CVC – a maior empresa brasileira de turismo – no
Estado potiguar. Para isso, a desoneração sobre o QAV tornaria o Aeroporto
Augusto Severo mais competitivo frente a outros estados e viabilizaria o aumento
do número de voos. Esse plus possibilitaria à CVC ofertar mais pacotes e com
preços mais acessíveis. Hoje, o QAV representa, em média, 43% do custo
operacional de uma aeronave, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas
Aéreas (Abear).
Ficou sob a responsabilidade de
Renato Fernandes e Carlos Augusto Rosado concretizarem o arremate da proposta a
partir de uma análise jurídica e posterior discussão com o setor tributário do
estado este novo parâmetro de possibilidade, a partir de uma sinalização
concreta da maior operadora de turismo do país. A redução de 5% desta alíquota
representa, segundo dados da Secretaria de Estado da Tributação, R$ 9,5 milhões
por ano aos cofres estaduais. Mas a expectativa é que o fluxo
turístico potencializado com o aumento de voos supra facilmente este
valor.
“O turismo do Rio Grande do Norte
precisa crescer dois dígitos ao ano. E se temos um estado eminentemente
turístico, este certamente é um dos caminhos para onde os investimentos devem
seguir”. Renato Fernandes ressalta ainda a nova realidade mercadológica da malha
aérea nacional e a importância de se ter um Estado mais competitivo neste setor.
“Sabemos da estratégia empresarial das companhias aéreas em reduzir o número de
voos para aumentar o preço das passagens. Então temos que correr atrás para
compensar essa perda”.
No último mês de abril, o Distrito
Federal diminuiu sua alíquota de 25% para 12% no QAV – uma renúncia fiscal
calculada em R$ 131 milhões ao ano. Segundo o presidente da Abear, Eduardo
Sanovicz, a expectativa foi de que essa redução do ICMS sobre o querosene de
aviação seria a medida mais efetiva para trazer os aviões de volta ao estado. E
a estratégia deu certo. O Distrito Federal recuperou, já no mês de junho, 56
novos voos.
Luta antiga
O titular da Setur tem buscado essa
redução da alíquota do QAV desde o início de sua gestão, há um ano e meio. No
último mês de março, com a perda de cinco voos domésticos no Aeroporto Augusto
Severo, Renato Fernandes viajou até Recife para conversar pessoalmente com o
superintendente da Infraero para o Nordeste, Fernando Nicácio para solicitar a
intermediação dele junto às companhias aéreas, na tentativa de se encontrar uma
saída consensual para evitar a perda desses voos.
Mas a tendência era nacional, não só
pelo período de baixa estação, mas pela nova estratégia empresarial das
companhias aéreas. Nesta mesma época, Fortaleza perdia 47 voos e praticamente
todos os aeroportos brasileiros registraram quedas consecutivas de embarques. No
primeiro bimestre do ano, ainda em alta estação, houve queda de 2,29% no
transporte aéreo de passageiros, com relação ao mesmo período de 2012, segundo
dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ainda no mês de março, Renato
Fernandes negociou com a Colt Aviation – empresa de táxi-aéreo com dez anos de
operação – em direcionar seu raio de ação este ano para a malha aeroviária do
Nordeste. A proposta da empresa foi de estar presente em 20 aeroportos
espalhados entre os nove estados nordestinos. A proposta da malha aérea
intrarregional da Colt Aviation foi apresentada em reunião na Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com presença do titular da
Setur-RN.
A contrapartida para a operação da Colt Aviation no Nordeste
seria a redução e unificação da alíquota do QAV, além da manutenção dos
aeródromos das principais cidades de seus estados, para receber os voos
propostos pela empresa. Desde então Renato Fernandes esteve permanentemente
reunido com o secretário da Tributação e de Planejamento e Finanças, José Airton
e Obery Rodrigues, respectivamente, para tratar do assunto. Também participou de
audiências públicas, encontros e sempre levantou o tema em entrevistas à
imprensa para manter a discussão em voga.
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