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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dilma diz que vai "compensar" falta de carisma em relação a Lula com "muito trabalho"

imageA candidata petista à Presidência da República disse hoje (21) que vai “compensar” seu menor carisma, em comparação ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com “muito trabalho”. Em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, Dilma disse que nenhum dos postulante à sucessão de Lula pode fazer face às características do presidente. “O presidente é um homem muito especial. Não é à toa que no meio de tantas lideranças internacionais ele foi considerado pelo presidente dos Estados Unidos [Barack Obama] como 'o cara'”, disse Dilma.

“Eu tenho certeza que, comparativamente, o menor carisma que eu tenho em relação a ele, eu vou tentar compensar com muito trabalho. Vou trabalhar dia e noite”, disse a candidata. “Ele tem uma imensa capacidade de envolvimento, de persuasão, ele é uma pessoa que sabe escutar”, enfatizou

Dilma disse ainda que vai honrar o “legado” dado a ela por Lula, que, segundo ela, é a tarefa de “cuidar do povo brasileiro”. “Eu quero te dizer o seguinte: aprendi muito com ele [Lula] nessa trajetória. Eu trabalhei ao lado dele diuturnamente, muitas vezes a até altas horas da noite nesses sete anos e meio. Não tenho a menor pretensão de substituir o presidente. Ele é único. Eu sou outra pessoa. Tenho as minhas características. Agora, acredito que vou poder dar uma contribuição muito grande, porque eu vou honrar o legado dele pra mim. Qual é o legado dele? É o que ele mais ama na vida, que é o povo brasileiro. Vou cuidar do povo brasileiro. Eu vou fazer isso. Esse é meu compromisso”, destacou.

Em uma conversa informal, antes da gravação do programa, Dilma disse estar gostando da vida de candidata. Ela considerou que a vida de candidata é mais “descontraída e variada” que a de ministra da Casa Civil, por exemplo. “Fazer campanha é um ato de vida, a Casa Civil é um ato de governo.”

Na entrevista, Dilma defendeu que o Brasil precisa amadurecer no sentido buscar governos de coalizão e não gestões focadas somente em um partido. Ela disse que o governo Lula conseguiu governar dessa forma e que isso representou uma experiência positiva para o Brasil.

“Não existe forma de um governo tocar a ordem unida e todo mundo sair marchando em passo só. Nas questões extremamente relevantes, é importantíssimo que se mantenha a unidade da base. Você não pode exigir isso em todas circunstância”, disse a candidata, que também rechaçou a ideia de que o governo Lula, em muitos momentos, foi refém da base aliada. “Acho que o governo do presidente Lula buscou sistematicamente construir, em cada caso, a sua maioria para votar os projetos mais importantes. Mas, em alguns momentos, inclusive, nós perdemos”, lembrou.

Dilma ainda defendeu a combinação de critérios técnicos e políticos para a ocupação dos cargos do governo. Para Dilma, os gestores públicos não podem ser só tecnocratas como ocorria na ditadura militar. “Eles devem ter compromisso político, cultural e ideológico com o país.”

A candidata do PT também defendeu que a política externa brasileira não pode ser contaminada por “posições pessoais” contrárias a práticas adotadas em outros países. Ela enfatizou que o Brasil precisa se colocar como um líder na América Latina, que promova a paz na região e não busque uma condição de isolamento.

“Política externa é bem diferente de posições pessoais e briga eleitoral. O Brasil não pode ver qualquer um de seus líderes ter a tentação de fazer campanha eleitoral falando de outros países. Para se ter a representação de seu país não se usa qualificativos em relação a outros governos. A não ser que se queria uma isolamento ou uma política de grande potência, ultrapassada, da década de 1950. Como não estamos nessa época, em relação a política externa, acho importante que a gente tenha extremo cuidado ao nos posicionar sobre outros países.

“Nós respeitamos a liberdade de imprensa, nos adotamos a liberdade de imprensa. Eu sou contra a existência de qualquer preso político por conta de opinião. Sou contra preso político em qualquer circunstâncias. Não acho que é função de um dirigente e uma país se posicionar sobre a política interna de outro país, a não ser que ele queira construir um ambiente altamente instável na região.”

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