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terça-feira, 9 de março de 2010

CONDENADA PELA DEFESA CIVIL, BARRAGEM AMEAÇA 15 MIL PESSOAS EM PALMEIRA DOS INDIOS- ALAGOAS


  • Imagem mostra nível da água da barragem de Cafurna, que preocupa autoridades e população<br>de Palmeira dos Índios, em Alagoas; risco de rompimento é iminente, dizem autoridades
    Imagem mostra nível da água da barragem de Cafurna, que preocupa autoridades e população
    de Palmeira dos Índios, em Alagoas; risco de rompimento é iminente, dizem autoridades

A barragem do Cafurna, em Palmeira dos Índios (AL), a 134 km de Maceió, se tornou um problema para as autoridades e um motivo de preocupação para os moradores da terceira maior cidade do Estado, com 70 mil habitantes. Construído na década de 1940, o paredão, que represa água de um açude em uma serra próxima à parte urbana do município, armazena hoje mais de 10 milhões de litros d'água, mas corre o risco de romper a qualquer momento.
Segundo relatório da Defesa Civil Estadual, o paredão sofre com a erosão, tem rachaduras e vazamentos em vários pontos e apresenta "risco de desmoronamento iminente". Em caso de rompimento, 15 mil pessoas em quatro bairros - incluindo o centro - seriam afetadas diretamente. A Defesa Civil aponta ainda que os danos ao meio ambiente e aos moradores seriam "muito grandes".

A barragem está localizada na mata da Cafurna, dentro da aldeia da tribo xucuru-kariri. A água do açude represada abastece comunidades locais e serve para irrigação de plantações. Segundo a prefeitura, o local nunca passou por reforma desde sua inauguração.

Há duas semanas, ao serem informados do excesso de água por conta das chuvas de verão, técnicos da Defesa Civil estiveram no local e constataram os riscos. "Confirmamos a vulnerabilidade da barragem e o risco que ela oferece à população. Caso a barragem se rompa, a água vai atingir mais dois reservatórios", assegurou o secretário-executivo da Defesa Civil Estadual, Denildson Cruz.

Na última quarta-feira (2), os Ministérios Públicos Estadual e Federal expediram recomendação de uma "imediata recuperação" da barragem, para evitar o "poder de destruição" de um possível acidente. "Num eventual rompimento, esse volume de água seguiria em grande velocidade rumo a Palmeira dos Índios, precipitando também uma enorme quantidade de detritos", alertam.

Segundo os MPs, o problema é de conhecimento das autoridades desde 2009 e, até o momento, nada foi feito. O prazo dado à Funai (Fundação Nacional do Índio), responsável pela área, apresentar uma solução definitiva do problema é de 15 dias.

Segundo o cacique da tribo xucuru-kariri, Heleno Manoel, as chuvas em janeiro e fevereiro aumentaram o volume d’água no local. Ele acredita que o rompimento de Cafurna acarretaria no desmoronamento de pelo menos mais duas barragens que ficam próximas ao local. "Com toda certeza, se ela estourar leva tudo, porque vem com o paredão junto", explicou.

Já informados do problema, os moradores afirmam que temem uma tragédia na cidade. “Vimos nos jornais que comprometeria quatro bairros, o que é muito grave. Todos temem”, disse o comerciante Nelson Peixoto. "Seria uma catástrofe sem precedentes na nossa cidade", complementou o autônomo Alberto Silva.


Reforma
Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Hídricos e Meio Ambiente), um planejamento foi traçado durante reunião, na semana passada, para tentar evitar o rompimento. "Inicialmente faríamos o rebaixamento do volume d'água, diminuindo a pressão sobre o paredão. Após isso, vamos pedir um estudo técnico para que nos deem todas as condições da barragem hoje e em que nível de água devemos manter. Em seguida, vamos fazer um projeto de manutenção da barragem", informou Antônio Hilton, técnico do órgão.

Após o inverno do ano passado, segundo a prefeitura, foi feito um bombeamento de água no local, que baixou 1,5 metro o nível das águas da barragem, que tem 22 metros de profundidade. O procedimento, reconhece, foi apenas paliativo e não resolveu o problema.

Sobre uma solução definitiva, como é cobrado pelos MPs, o UOL Notícias tentou contato com os dirigentes do órgão em Alagoas, mas foi informado que o administrador no Estado, Frederico Vieira, estaria viajando para um local que não havia sinal de celular. Uma das funcionárias do órgão informou que ninguém no Estado estaria autorizado a falar com jornalistas.
fonte:uol

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