Estabilidade e status. Os dois quesitos são provavelmente a mola propulsora para a grande maioria dos 247 mil inscritos no processo seletivo da Petrobrás, cujas inscrições se encerraram em 29 de janeiro. O número mostra o quanto a área de Petróleo e Gás ainda está em alta, principalmente com o boom do Pré-sal em 2009.
Para se ter uma ideia da real demanda na área, a previsão é de 200 mil vagas sejam oferecidas nos próximos cinco anos. A estimativa é do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Promimp). E o melhor: as vagas vislumbram todos os níveis: médio, técnico e superior.
A alta empregabilidade é um fator de destaque, segundo o coordenador do curso de Petróleo e Gás do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Lunardo de Sena. “Muitos de nossos alunos recebem propostas antes mesmo de colarem grau”. Constatação parecida tem a gerente comercial da Microlins em Natal, Márcia Castro.
Os cursos particulares são uma alternativa para os do IFRN, que oferecem apenas 36 vagas por semestre, sendo 50% exclusivas aos estudantes egressos da rede pública. No caso da Microlins, o curso “Capacitação em Indústria de Petróleo e Gás” não tem status técnico, mas profissionalizante, e é mais curto, um ano. O investimento aproximado é de R$1.500,00 para as 120 horas/aula. “O estudante conclui profissionalizado para atuar nas áreas de Indústria do Petróleo, Plataformista, Logística, Saúde e meio ambiente, Refino, Gás Natural e Segurança”, diz Márcia. “De forma geral eles podem atuar nas terceirizadas em atividades que exijam nível médio ou mesmo fazer o concurso para nível médio da Petrobrás”.
O salário médio na área privada, segundo ela, depende muito da função, variando de R$ 800 a R$1,5 mil, sendo maior se for concursado. “Quem tem disponibilidade para ir para fora e viajar, tem mais chances de emprego. Tem gente que assim que chega em Macaé (RJ), por exemplo, é logo empregado”. A procura é tanta que na sexta-feira cinco turmas, com uma media de 100 alunos concluíram a capacitação. “Alguns deles receberam propostas durante o curso e se transferiram para o Rio de Janeiro”.
Petrobras gera 12 mil empregos diretos no RN
Atualmente a Petrobras no RN gera 12 mil empregos diretos e cerca de 50 mil indiretos. E mantém parcerias com instituições formadoras de mão de obra especializada na área de petróleo e gás e já investiu em Ciência e Tecnologia no Estado um total de R$ 172,35 milhões, no período 1999 a 2009.
A UFRN é uma das instituições parceiras que recebe investimentos da Petrobras para atividades de ensino, pesquisa e extensão. O impacto desta ação da Companhia contribuiu para a criação de 4 programas de recursos humanos, 3 novos cursos de graduação e 1 pós-graduação ligados a atividades da indústria do petróleo.
Os programas de Formação de Recursos Humanos da UFRN voltados para o setor petróleo são PPGCEP – Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia do Petróleo; Graduação em Química do Petróleo; Graduação em Engenharia do Petróleo (2º curso do Brasil) e Graduação em Geofísica.
A Petrobras também mantém parcerias em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica - RN (IFRN) e Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) na área de Responsabilidade Social.
“Empresas terceirizadas exigem mais”
As empresas terceirizadas que atuam na área de Petróleo e Gás são exigentes com a mão de obra que busca admitir. A informação é do coordenador do curso na área no IFRN em Natal, Lunardo de Sena. “Além do curso técnico, elas geralmente pedem um candidato com bom nível de inglês e que tenha desenvoltura em liderança”, diz.
Ele ressalta que mesmo sem oferecer a mesma estabilidade de um emprego estatal, a diferença é que nelas, é possível fazer carreira. “Além disso, elas às vezes pagam melhor do que a própria Petrobrás, cuja vantagem é ainda a estabilidade e o status social, sem desmerecer as demais empresas no ramo”. Dessa forma, ele ressalta que os jovens são atraídos com mais facilidade, em busca de “fazer dinheiro”. “Muitos, por não terem o compromisso de uma família, por exemplo, estão dispostos a dar horas extras recebendo o dobro do salário”, comenta. Mesmo com grande variação de salário de acordo com a função, Lunardo diz que inicialmente, a faixa salarial é de R$ 2 mil, para os contratados.
Ele lembra que os altos salários se devem aos riscos envolvidos no setor. “Teve aluno do curso de Automação do IFRN que conseguiu terminar o curso porque embarcava um mês e no outro comparecia às aulas
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