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segunda-feira, 17 de maio de 2010

GOVERNO E OPOSIÇÃO TROCAM AMEAÇAS E ASSEMBLEIA VIRA RINGUE ELEITORAL

Em minoria, Executivo não consegue votar matérias do seu interesse. A oposição acusa o governador de espalhar "uma campanha de ameaça e terror". 

imageA disputa entre governo e oposição na Assembleia Legislativa se transformou num vale-tudo, com baques que não raro visam atingir o adversário abaixo da linha da cintura. O Executivo tem dificuldades para votar as matérias do seu interesse porque ficou em minoria no parlamento desde a debandada do presidente da Casa, Robinson Faria (PMN), para as hostes oposicionistas.
Acuado diante de uma oposição fortalecida, o governo ameaça levar o embate para a Justiça. Na última quinta-feira (13), o deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) transmitiu um recado do governador Iberê Ferreira de Souza (PSB): caso os parlamentares não votem, até a próxima semana, o projeto de lei que amplia a margem de remanejamento do Orçamento Geral do Estado (OGE) dos atuais 5% para 12%, o governo para entrar com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça (TJ).
Nélter acusou a oposição de fazer “politicagem” e de transformar a Assembleia Legislativa num palanque eleitoral. Insinuou ainda que Robinson estaria agindo “a serviço de Rosalba [Ciarlini, senadora e pré-candidata do DEM ao Governo do Estado]”. Em tempo: o líder do PMN rompeu com o governo e aceitou o convite para ser o vice na chapa da democrata.
A oposição retruca, dizendo que aprovar o referido projeto equivaleria a passar um “cheque em branco” ao governo em pleno ano eleitoral. O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) usou adjetivos nada lisonjeiros para responder à provocação de Nélter Queiroz: “É chantagem”, disparou.
O líder do PMDB na Casa, José Dias, não deixou por menos e afirmou que o governo estaria tentando “emparedar” a Assembleia Legislativa. O peemedebista responsabilizou ainda o próprio governador pelo que chamou de “uma campanha de ameaça e de terror”.
Diante das queixas do Executivo, Robinson Faria vai levando a situação em banho-maria. Enquanto o governo tenta colar nele a pecha de oportunista, o presidente da AL repete o mantra de que aguarda só o “detalhamento” da utilização dos recursos para colocar o projeto em votação.
Diante do impasse entre Executivo e Legislativo, coube ao Judiciário protagonizar o capítulo mais explosivo deste enredo de faz de conta. Na semana passada, a juíza Maria Soledade Fernandes concedeu liminar, a pedido do presidente do TJ, desembargador Rafael Godeiro, obrigando o governador a publicar “decreto normativo para abertura de crédito suplementar” de R$ 23 milhões para o órgão.
Para o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), apontado como novo líder da bancada governista, em substituição à deputada estadual Larissa Rosado (PSB), quem saiu perdendo com o episódio não foi o Executivo, mas sim a própria Assembleia Legislativa, que abdicou da prerrogativa de votar o projeto do remanejamento.
O tensionamento do debate se aprofunda na medida em que se aproxima o confronto definitivo das urnas, quando um dos lados triunfará e o outro, fatalmente, ficará relegado ao lugar de coadjuvante político.
Ninguém esconde que tudo o que está acontecendo, a despeito das alegações mútuas de preocupação com os interesses do Rio Grande do Norte, está contaminado até a medula pelo clima pré-eleitoral. Não se sabe, porém, até quando conseguirão sustentar a encenação.

fonte: nominuto

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