Merecimento. Esta foi a palavra que marcou a ascensão de Rosalba Ciarlini Rosado ao governo do estado do Rio Grande do Norte. Casada com o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, mãe de quatro filhos, avó de quatro netos, médica, prefeita de Mossoró por três vezes e senadora da República, Rosalba construiu uma história de trabalho concreto, com resultados visíveis, recoberta com muita transparência e honestidade e que lhe tornaram conhecida em todo o estado do Rio Grande do Norte.
Sua candidatura para o cargo de Governadora do Estado foi simplesmente natural, visto que o povo percebia nela a pessoa capaz de ressuscitar a moral e a boa imagem do poder executivo de nosso estado. Não a toa, Rosalba conseguiu reunir em torno de si as duas maiores autoridades políticas do RN: os senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB). Esta aliança não se restringia apenas a esses dois líderes, mas também àqueles que sempre acompanharam a história política dos dois, antes grandes adversários, mas que agora uniam-se em torno de uma causa maior. O vermelho de Dinarte Mariz, de Tarcísio Maia e de José Agripino misturava-se ao verde de Aluízio Alves e de Garibaldi, resultando no mais belo rosa que o Rio Grande do Norte já viu florescer. A partir deste momento pulsava no coração dos potiguares o sentimento de mudança, de renovação e a esperança tinha nome e cor: Rosa. A vontade soberana desse povo decidiu, no dia 03 de outubro de 2010, que Rosalba era a mulher certa para guiar os destinos dessa terra.
A coroação dessa trajetória de conquistas se deu ontem, dia 01 de janeiro de 2011, em Natal, capital do estado, no Teatro Alberto Maranhão, durante a cerimônia de Posse realizada pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, quando a Rosa se fez presente no salão maior do teatro e recebeu uma chuva de aplausos, que expressavam nada mais que o sentimento daqueles que tanto lutaram por esta vitória. Ao subir no grande palco, ao lado do seu vice e companheiro de luta, Robinson Faria, Rosalba respondeu com um simples gesto de gratidão e deixou nítido que usaria de todas as suas forças para cumprir a missão que lhe foi dada.
Para recepcionar esta Rosa, além de uma multidão de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças políticas, estavam presentes os Senadores José Agripino e João Faustino, os deputados federais Felipe Maia, Rogério Marinho, Betinho Rosado, Fábio Faria e Paulo Wagner, além da grande bancada de deputados estaduais, tanto os aliados como os de oposição. Presidindo a sessão, por ironia do destino, estava a deputada estadual e filha da ex-governadora Wilma de Faria, Márcia Maia, que cumpriu com muita dignidade a sua tarefa de empossar a governadora eleita pela vontade do povo.
Enfim, Rosalba foi declarada empossada governadora e como símbolo de respeito e fidelidade aos potiguares, ela recebeu e beijou a Constituição do Estado e a bandeira do Rio Grande do Norte. Em seguida recebeu, quem diria, de Márcia Maia um grande buquê de rosas, selando um tratado de paz, pois dali em diante não existia mais os devaneios das paixões de uma campanha política, mas sim uma governante de todos, fossem eles aliados ou adversários.
Em seu discurso, Rosalba demonstrou muita segurança, conhecimento dos problemas existentes no estado e completa determinação e disposição para solucioná-los. A emoção aflorou ao falar de sua família, especialmente sobre sua falecida mãe Maria da Conceição, momento em que as lágrimas se fizeram presentes. O orvalho da Rosa tornou pública a beleza de sua humanidade. Mas o grande destaque foi a firmeza com que ela tratou da crise financeira na qual está imerso o nosso estado. Não hesitou em dizer que cobraria completo respeito com aquilo que era do povo e que qualquer deslize de tal comportamento não seria tolerado ou encoberto de forma alguma, sendo necessária punição. Rosalba deixou claro que no seu governo não se seguiria a mesma linha de descontrole com a coisa pública que havia na última gestão. Tão claras eram suas palavras, que era notório o desconserto da presidente da sessão Márcia Maia, que entendia quem era o alvo maior das críticas da nova governadora.
A saída do teatro foi cercada de flashes, apertos de mão, beijos, abraços e cumprimentos. Após dar a atenção possível a todos os presentes, Rosalba reviveu sua campanha eleitoral ao subir num Rosamóvel, ao lado de Robinson, Felipe e José Agripino, acompanhada até por um carro de som, tocando o jingle da “Rosa do Povo” e por militantes trajados de rosa e empunhando bandeiras com o nome da governadora. Assim ela foi conduzida até o Palácio do Potengi, onde um grande público já a esparava, diante de um palco onde ela faria o seu primeiro discurso ao povo do Rio Grande do Norte.
No antigo Palácio do Governo aconteceu o momento mais simbólico: a transmissão de cargo do governador Iberê Ferreira de Souza para a nova Governadora. Logo ele, que foi seu maior adversário nas urnas e alvo de suas principais críticas e ataques. Iberê transmitiu com a máxima dignidade, humildade e destreza que lhe são peculiares, deixando claro a todos que o seu sentimento pelos nove meses de mandato transcorridos era o de dever cumprido. Após os aplausos da cerimônia, todos desceram para receber a Governadora e o Vice na sacada do Palácio do Potengi, apresentando-se como novos representantes do estado.
Uma imagem que marcou (apenas aos que observaram) foi a saída do então ex-governador Iberê do antigo Palácio. Ele desceu as escadarias, acompanhado por seus homens de confiança e até por um único prefeito ainda aliado, que mais parecia desejar se tornar aliado da nova governadora, todos completamente em silêncio, num tom quase fúnebre, dando sinais de que ali terminava uma Era, e por que não dizer um “reinado”. Mas seu esforço ganhou reconhecimento no aplauso dos populares que aguardavam nas portas do Palàcio do Potengi. Dava-se início de fato, neste momento, o governo de Rosalba Ciarlini e Robinson Faria.
Aclamada pelo povo e pelos fogos de artifício, Rosalba apareceu na sacada principal do Palácio do Potengi ao lado de Robinson, onde foi inteiramente ovacionada ao som “Rosa que te quero Rosa”, uma embolada que fez parte da campanha e que foi interpretada pela linda voz da cantora Crystal. Nos braços do povo, a Rosa subiu ao palco agraciada com um novo buquê de rosas, entregue por uma jovem, e por uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, trazida por uma senhora de idade, deixando evitando que o desejo de mudança vinha do mais jovem ao mais idoso.
Seu discurso trouxe a mesma força e disposição do feito na Teatro, mas com uma grande diferença: foi feito para o povo. Em incontáveis momentos ela tomou liberdade de dizer o que sentia e falou olhando nos olhos daqueles que assistiam um momento que, sem sombra de dúvidas, era histórico. Afirmou que o estado precisava escapar do caos administrativo que vivia, onde nem o compromisso mais sagrado de todos, que era o pagamento da folha de funcionários, estava sendo honrado. Prova daquilo era os vários cartazes e faixas que havia no meio do povo com pedidos de atenção e melhorias para as categorias de funcionários públicos. Ela lembrou com saudosismo que naquele dia fazia 60 anos que seu sogro, Dix-Sept Rosado, também havia subido aquelas escadarias, mas que por acaso do destino, não pode ter realizado plenamente seus desejos. Pareceu uma promessa de cumprir aquilo que Dix-Sept não pode fazer.
Um grande misto de emoção, felicidade, exaltação e esperança foi o que reinou no cenário da posse desta Rosa. É por acreditar no florescer deste novo tempo que o Rio Grande do Norte se dispôs a desabrochar junto com Rosalba. E, como disse a Governadora, de braços abertos, nas palavras finais de seu discurso: “Viva o Rio Grande do Norte”.
Valdenôr Júnior
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