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quarta-feira, 12 de maio de 2010

ROSALBA: ONDE ESTÁ O REMÉDIO PARA O CRACK?


A presidenta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) quer do ministério da Saúde uma avaliação sobre a eficácia dos Centros de Apoios Psicossociais (CAPS) no tratamento aos usuários de crack. A CAS recebeu denúncias da Associação Brasileira de Psiquiatria de que o controle do vício dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) não está sendo feito e que o Governo Federal não tem financiado o tratamento das vítimas. “O ministério da Saúde está sendo omisso. Fizemos este alerta na década de 90, mas há uma política de desassistência. O tratamento deveria ser feito de forma diversificada, o que não está acontecendo”, disse em audiência pública na CAS, o médico e pesquisador da Associação Brasileira de Psiquiatria, Ronaldo Laranjeira.


No Brasil, segundo informações do próprio ministério, há apenas 1500 CAPS para atender os 5565 municípios brasileiros. “Sempre fui uma defensora do CAPS como instrumento de reabilitação e reinserção social e até fundei o primeiro Centro em Mossoró, quando fui prefeita. Mas no caso do tratamento aos usuários de drogas, precisamos avaliar os motivos pelos quais o controle não está dando resultado”, cobrou a senadora.


Durante o debate na CAS, o representante do ministério da Saúde, Francisco Cordeiro, disse que não há dados oficiais disponíveis sobre o número real de viciados, pois as pesquisas mais recentes são de 2005. Segundo a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, da qual Rosalba é vice-presidenta, a estimativa é de que 1,2 milhão de pessoas já estão viciadas em todo o Brasil e estima-se que o consumo e o tráfico da droga são responsáveis por mais de 60% dos crimes. “Esta droga destrói o tecido social”, alertou o vice-presidente do Grupo Rede Brasil Sul (RBS), responsável por campanhas de esclarecimento sobre o uso do crack.


O consumo da droga, de baixo custo, vem atingindo 39% dos jovens em situação de rua, mas já chegou também às classes média e alta. Atualmente, o consumo do crack  mata mais que a leucemia, alertaram os especialistas. Hoje a epidemia é considerada o principal problema de saúde pública no Brasil. Pesquisas da Universidade Federal de São Paulo mostram que, em dois anos, 10% dos usuários morrem e os casos de morte sobem para 25% em cinco anos de uso. 

Os senadores, integrantes da CAS, ficaram indignados com as informações divulgadas e cobraram estatísticas atualizadas do Governo Federal. O Ministério da Saúde alega que o problema tem que ser enfrentado por diversas frentes e não só pela saúde pública e anunciou que o Governo Federal pretende lançar um plano nacional de combate ao crack em parceria com outros ministérios. Entre as necessidades apontadas pelo MS estão a ampliação da rede de CAPS e a expansão do Programa Saúde da Família.

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