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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Caso F. Gomes - Promotor oferece delação premiada

O MP está disposto a oferecer os benefícios de “delação premiada” ao ex-detento João Francisco dos Santos, conhecido como Dão, se ele revelar o mandante da morte do jornalista e radialista Francisco  Gomes de Medeiros, o F. Gomes.  O crime foi cometido por Dão na segunda-feira à noite. Preso na terça-feira, ele disse que matou para se vingar da divulgação que F. Gomes fez da prisão dele por assalto e tráfico de drogas.

A versão do assassino foi considerada, desde o primeiro momento, “muito simples” para o delegado Ronaldo Gomes, titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), que comandou as investigações sobre o crime. “Esse é um motivo insuficiente, fútil mesmo, para se  cometer um assassinato como este”, avaliou o delegado. O promotor criminal de Caicó, Geraldo Rufino de Araújo Júnior, é da mesma opinião e também pensa que Dão agiu a mando de outra pessoa e está tentando desviar as investigações.

Para incentivar a denúncia por parte do criminoso, o delegado Ronaldo Gomes e o promotor Geraldo Rufino já ofereceram a delação premiada ao assassino. Para confessar, João Francisco já havia negociado a possibilidade de permanecer preso em Caicó, mas no presídio estadual e não em uma delegacia. Segundo disse ao promotor e ao delegado, Dão tem medo de ser morto se ficar em uma cela com presos comuns. “No presídio, ele acredita que estão outros presos que também não gostavam de F. Gomes”. A forma como o crime foi planejado e executado já está confirmada pela polícia. Devido às características de “execução”, agindo de forma premeditada, por motivo fútil e sem chances de defesa para a vítima, o promotor Geraldo Rufino disse que vai pedir  a pena máxima para Dão. A possibilidade de atenuar a pena é se o criminoso aceitar a oferta de delação premiada e revelar se houve um mandante.

Durante as oitivas com o criminoso, o delegado Ronaldo Gomes e o promotor Geraldo Rufino ofereceram ao advogado Rivaldo Dantas, que defende Dão, a possibilidade de que o acusado faça a delação premiada. Na manhã de terça-feira (19), com o cliente preso ainda como suspeito, o advogado Rivaldo Dantas garantiu que “ele (Dão) não vai confessar um crime que não cometeu”. Mais tarde, depois da confissão, o advogado não comentou nem respondeu à oferta de delação premiada.

O delegado Ronaldo Gomes foi questionado pela imprensa sobre  as convicções que tem quanto ao assassinato de F. Gomes ter sido um “crime encomendado”. Extra-oficialmente, círculos policiais  comentam que  o traficante – condenado ainda por assalto e receptação – Valdir Souza do Nascimento, que  está recolhido no Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, seria o mandante por trás do assassino.

O delegado disse apenas que não vai se pronunciar sobre isso, mas fontes ligadas ao processo investigativo confirmam que são fortes os indícios que ligam Valdir à morte de F. Gomes, como mentor intelectual. Nas rádios da região do Seridó, o assunto já está sendo debatido abertamente. Os radialistas estão associando a participação indireta de Valdir, que inclusive teria ameaçado F. Gomes de morte. O criminoso é natural de Caicó e já esteve recolhido no Presídio Estadual do Seridó, o “Pereirão”, sediado em Caicó. De lá, Valdir e seu irmão, Valdigley Souza do Nascimento, o “Gueguei”, condenado também por assalto, receptação e tráfico de drogas, foram mandados para o Presídio Estadual de Alcaçuz.

A ligação de Valdir com a morte do jornalista e radialista F. Gomes é acentuada ainda mais pela forte ligação que ele teria com João Francisco dos Santos, o “Dão”, que confessa o assassinato. “Eles tinham uma forte ligação. Isso é fato. Não tem como negar”, disse uma fonte, que pediu anonimato.fonte:tribunadonorte

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